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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Em Busca de Sheela', da Netflix, não vai muito além da série


A indiana Ma Anand Sheela ficou mundialmente conhecida nos anos 1980, quando deixou de ser o braço direito do líder espiritual Bhagwan Rajneesh (conhecido popularmente como Osho) e se transformou em uma pária. Até mesmo Bhagwan a acusou, em diversos momentos, de conspirar contra ele e de ser a grande responsável por crimes que envolveram a seita indiana.


O grosso dessa história já foi contado na série documental da Netflix, Wild Wild Country. Sheela dá suas visões do fato, vemos um outro lado de Osho e compreendemos melhor o que foi aquela seita -- incluindo seu lado obscuro. Por isso, é um pouco vazio de significado o filme curto, com menos de uma hora, Em Busca de Sheela, que coloca essa auxiliar de Bhagwan nos holofotes.


Dirigido por Shakun Batra, de Kapoor & Filhos, o média-metragem mostra o retorno de Sheela à Índia depois de 35 anos longe de sua terra natal. Ao longo desses 50 e poucos minutos de rodagem, acompanhamos essa senhora, já de 70 anos, enfrentando uma série de entrevistas que se repetem sem fim. Jornalistas nunca escapam das mesmas perguntas. Ficam no óbvio.


Claro, é difícil não entender o que Batra queria com isso. Mostrar como Sheela, mesmo anos depois de cumprir sua prisão e de explicar exaustivamente ao mundo que nada teve a ver com os crimes cometidos por Osho e seus seguidores, ela continua carregando culpa. Ou, como ela diz, continua carregando um fardo nos ombros. É uma situação delicada e, claro, particular.


No entanto, o filme logo se esgota. Em Busca de Sheela fica martelando em questões que já foram tratadas em Wild Wild Country -- e confesso que algumas passagens dessa história fogem da minha memória, dificultando a compreensão de alguns acontecimentos. O média-metragem se torna levemente vazio e cansativo, já que as situações já vimos e se repetem.


Em Busca de Sheela, assim, poderia ser apenas um curta. Vinte minutos. Seria mais vigoroso, complementaria bem a série e não seria tão cansativo, tão repetitivo. Há coisas boas, sim, como complementos na personalidade da ex-seguidora de Osho e detalhes sobre sua vida de hoje. Mas nada que deixe os espectadores da série realmente impactados ou surpresos. Pena.

 
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