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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Entre Realidades' é filme que se perde em roteiro confuso

Atualizado: 11 de jan. de 2022


Sarah (Alison Brie) é uma mulher que vive em seu próprio mundo. Vendedora numa loja, ela fica presa em acontecimentos do passado e parece não conseguir seguir em frente. As coisas começam a ficar complicadas, porém, quando problemas psicológicas começam a afetar a sua realidade e, principalmente, sua noção temporal. O que é real? O que é falso? O que aconteceu?


Essa é a trama central de Entre Realidades, novo filme que chega na Netflix nesta sexta-feira, 7. Com uma pegada indie pesada, o longa-metragem trabalha com a confusão mental da protagonista dentro do próprio filme. Assim como o divertido As Vozes, com Ryan Reynolds, o diretor Jeff Baena brinca com os sentidos da audiência e impede que as coisas fiquem claras.


Por outro lado, a brincadeira com o lúdico -- e até a questão com cavalos -- lembra o criticado Loja de Unicórnios, também da Netflix, e que é estrelado, dirigido e produzido por Brie Larson.


Alison Brie (Glow), que é dona do filme, assinando também roteiro e produção, entende totalmente a sua personagem e embarca na catarse da loucura de seus pensamentos. É forte ver sua transformação, ao mesmo tempo que a sensibilidade surge em cenas delicadas, e um tanto quanto poderosas. A relação dela com o cavalo, por exemplo, transcende emoção.

No entanto, apesar dessa peculiaridade da narrativa e a entrega de Brie, o filme erra em algo crucial num drama como este: o roteiro. Assinado por Brie e Baena, há uma confusão clara sobre qual rumo tomar com a história de Sarah. Por vezes, é uma comédia romântica sem muita força. Em outras, cai na comédia escrachada e sem vida. Em outros, acerta no drama.


Parece que a dupla de roteiristas está tateando no escuro, tentando acertar o rumo. Não é algo positivo de se ver na tela. As coisas ficam desordenadas e o espectador, perdido com isso tudo.


E a coisa vai além quando alguns pontos da história ficam obscuros e caem no colo da boa vontade do espectador. A relação da protagonista com a amiga Nikki (Debby Ryan) se deteriora do nada e isso nunca é explorado. As relações no trabalho. A relação com o paquera. São coisas que vão se transformando e o roteiro, atrapalhado e confuso, nunca consegue dar conta.


No final, Brie e Baena tentam amarrar as pontas e a confusão fica ainda mais clara. A ideia de fazer um bom filme que mistura sonho e realidade, loucura e sanidade, se esvai nessas decisões narrativas erradas. Cabe, assim, ao espectador ter a boa vontade de engolir tudo aquilo e tentar encontrar um sentido, um norte, um caminho. Eu não encontrei. E a experiência terminou mal.

 
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