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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Frozen 2' é mais do mesmo, sem surpresas


Ainda que só chegue ao Brasil no começo de Janeiro, Frozen 2 já estreou nos Estados Unidos e em outros países ao redor do mundo. Por isso, nos últimos dias, algumas pessoas nas redes sociais reclamaram de spoilers que estavam sendo divulgados por aí. Oras, se têm spoilers, têm reviravoltas, uma boa trama, novidades, coisas interessantes. Certo? Nada disso. Frozen 2 é mais do mesmo. Sem qualquer surpresa.

O longa-metragem, novamente dirigido por Chris Buck e Jennifer Lee, mostra Anna (Kristen Bell), Elsa (Idina Menzel), Olaf (Josh Gad), Sven e Kristoff (Jonathan Groff) explorando uma área inédita de Arendelle: a floresta. Misteriosa, a região foi alvo de um embate entre o povo da cidade e o povo mágico de lá. Desde então, os dois nunca mais se encontraram e uma névoa, que separa as duas regiões, nunca se dissipou.

A ideia, obviamente, é colocar as duas irmãs novamente em provação. Será que o amor entre elas, e o poder de Elsa, é suficiente para combater as ameaças que surgem dali?

Frozen 2, primeiramente, parece promissor. Ainda que nunca tenha sido citada a tal floresta, um rápido flash back coloca o espectador a par do que está acontecendo e faz valer aquela história. É interessante, também, rever esses personagens que entraram de maneira tão rápida -- e brutal! -- na cultura pop mundial. Elsa, Anna e até Olaf, de certa maneira, amadureceram. Mas, ainda assim, continuam os mesmos na telona.

O visual está claramente mais trabalhado e há mais cuidado com o que é criado. As cenas musicais, principalmente, ganham traços mais impactantes, limpos e coloridos.

No entanto, esse ânimo vai se arrefecendo. Ainda que Olaf tenha um cena icônica e uma simpática lagartixa conquiste o coração da audiência, Chris Buck e Jennifer Lee acabam caindo numa mesmice chata. Há a novidade da floresta, há a novidade de novos personagens, há novos desafios. No entanto, ainda assim, tudo parece muito familiar, muito banal. A receita é a mesma no roteiro de Lee. Não há ousadia, de fato, na trama.

Quando Frozen 2 arrisca trazer algo mais diferenciado, rapidamente a expectativa é quebrada. Os cineastas trabalham com o confortável, sabendo que, fazendo apenas bem feitinho, irão conquistar mais US$ 1 bilhão nas bilheterias. As respostas dos desafios podem ser encontradas nos filmes anteriores. E o ânimo para encontrar coisas novas no filme acabam passando na frente e a decepção vai chegando num trote rápido, veloz.

Até mesmo as músicas não surpreendem. Into the Unknown, que busca substituir a já clássica Let it Go, tem uma construção melódica muito similar ao hit passado. Falha em criar algo impressionante, interessante ou memorável. Tudo fica no mesmo lugar.

Felizmente, porém, há Olaf para fazer rir e emocionar. Ele, em algumas cenas, ajuda a levantar o filme e a reacender a atenção. O visual, como ressaltado, também enche os olhos -- ainda que não chegue aos pés de animações como Moana, Como Treinar o Seu Dragão e afins. Kristoff também protagoniza a música mais divertida de toda o longa.

Assim, Frozen 2 vai agradar quem queria algo, realmente, muito parecido com Frozen. Quem esperava uma pitada de coragem da Disney, em talvez aposentar alguns personagens ou mudar coisas que pareciam certas, vai se decepcionar. E, por favor, quem está reclamando de spoiler precisa procurar o que fazer. Não há nada de surpreendente. O final, as músicas, as "reviravoltas". Tudo igual. Só mais do mesmo.

 

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