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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Gnomeu e Julieta: O Mistério do Jardim' é bonitinho, mas sem graça


O primeiro filme de Gnomeu e Julieta passou batido quando estreou nos cinemas em 2011. Afinal, a animação sobre simpáticos anões de jardim era bonitinha, mas repleta de problemas. Agradou só os bem pequenos, apesar da inspiração shakespeariana. E é, novamente para este público que a continuação Gnomeu e Julieta: O Mistério do Jardim é feito. Não há grandes momentos, nem é memorável. Só serve para passar o tempo.

O Esquina, então, elencou três motivos para assistir e três para não assistir à nova animação, que chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, 31. Confira:

1. A história é bonitinha. Enquanto o primeiro filme é repleto de furos e falhas quanto à adaptação de Romeu e Julieta, o novo O Mistério do Jardim consegue fazer uma boa brincadeira com a trama de Sherlock Holmes -- o Moriarty é uma estátua de uma empresa de tortas e Irene Adler é uma boneca mafiosa. Além disso, o mistério que leva a narrativa, envolvendo o sumiço de anões de jardim, não tem surpresas, mas prende a atenção. Isso em falar nas referências ao longo da história, como a clássica queda da cachoeira.

2. A trilha sonora é incrível. Não tinha como esperar menos: Gnomeu e Julieta: O Mistério do Jardim, produzido por Elton John, tem uma trilha sonora deliciosa. Ainda que um pouco genérica, ela dá unidade à história e ajuda na ambientação londrina. Fica mais gostoso de assistir ao filme e deve animar os pequenos com músicas dançantes e animadas.

3. É bem feito visualmente. A criação visual dos personagens deixa tudo muito bonitinho, agradável de assistir e completam a experiência do filme. A textura de porcelana é bem aplicada aos personagens -- sem falar no detalhe do som de porcelana conforme eles batem ou esbarram. E o visual de Sherlock Gnomes e de Watson é divertida, remetendo ao estilo original dos personagens e fazendo referências inteligentes à antigas interpretações.

1. Não tem graça. A graça do filme, como na maioria das animações, está nos coadjuvantes. Tem um conjunto de anões de jardins divertidíssimos -- como o que usa uma sunga-maiô e o que fica sentado no vaso sanitário -- e que mereciam mais espaço. Só que o diretor John Stevenson (Kung Fu Panda) prefere deixá-los totalmente de lado, sem explorá-los para cenas divertidas. Sem isso, o filme se torna sem graça, sem vida e deve, sem dúvidas, agradar apenas os bem pequenos, que procuram apenas referências visuais.

2. Johnny Depp. Johnny Depp foi acusado de agredir a esposa -- e antes que alguém venha falar algo, a retirada da queixa por parte de Amber Heard não quer dizer nada. Tem vídeos dele agredindo a atriz, assim como fotos chocantes. Então, qual o sentido de colocar Depp dublando um dos personagens principais de uma animação infantil? É um erro absurdo. E pior: a dublagem do ator para o personagem de Holmes nem é boa. É artificial e sem vida.

3. Não tem uma boa conclusão. Muitos podem alegar que o filme fala sobre companheirismo, sobre compaixão, sobre amizade. Mas, no final, não fala sobre nada. A conclusão de O Mistério do Jardim é anticlimática, pouco interessante e -- como o resto do filme -- sem graça nenhuma. Nem gancho para um próximo filme há. Os pequenos vão se divertir, mas não vão depreender nada dessa história. Uma falha gigantesca, ainda mais depois dos ótimos Pedro Coelho e Viva, as únicas animações excelente desses últimos tempos.

 
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