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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'John Wick 3: Parabellum' cria base sólida para expansão da franquia


Em 2014, De Volta ao Jogo chegou aos cinemas cercado de suspeitas. Afinal, o astro Keanu Reeves estava levemente desacreditado após os fracos O Dia em que a Terra Parou, Sem Destino e 47 Ronins. No entanto, surpresa: o filme, dirigido pelo estreante Chad Stahelski, possui ação como há tempos não se via num roteiro simples, direto ao ponto. Fez tanto sucesso que, três anos depois, ganhou uma sequência com Um Novo Dia para Matar. Novo sucesso, universo expandido. Agora, cinco anos após o original, chega Parabellum, filme que consolida John Wick como uma franquia.

O terceiro longa do personagem começa imediatamente após a conclusão de Um Novo Dia para Matar. Ou seja: Wick (Reeves) foi excomungado da associação global de assassinos e criminosos e agora está prestes a ser caçado por todos seus membros, espalhados pelo mundo todo. No entanto, num ato de benevolência, o gerente Winston (Ian McShane) decide dar uma hora para que Wick resolva sua vida e, quem sabe, dê um jeito de escapar da morte. Mas, nesse intermédio, claro que muita ação, correria, pancadaria e sangue vai acontecer, pincelando a tela com tons distintos de vermelho.

Stahelski volta para a direção do filme, assim como Derek Kolstad como roteirista. E, realmente, isso faz diferença. Há, afinal, uma linearidade no que é contado desde o primeiro filme. Afinal, em De Volta ao Jogo, conhece-se a personalidade de Wick, o que o motivo, o que o faz buscar vingança. Já no segundo longa da franquia, conhece-se melhor o ambiente no qual se passa a história e parte da dimensão de acontecimentos. Agora, diretor e roteirista ampliam a história e deixam para que, em capítulos futuros, haja mais desenvolvimento de personagens secundários e tão interessantes quanto.

No entanto, essa expansão traz aspectos positivos e outros negativos. A direção continua muito firme e Stahelski se mostra um pouco mais cruel aqui -- há cenas de violência extremamente gráfica, com espadas atravessando crânios, mandíbulas sendo esmagadas e olhos sendo perfurados. Algumas cenas de ação são inesquecíveis e arrepiam. Kolstad, enquanto isso, se perde um pouco na ampliação do universo. Há uma verdadeira barriga no meio do filme, no qual algumas coisas não fazem muito sentido e depois não se justificam. Parece preparação de terreno para futuras histórias. Ruim isso.

Mas, mesmo com um aumento no grau de impacto da história, ela continua deliciosa de assistir. Principalmente aqueles que amam uma pancadaria rolando solta. Desta vez, John Wick mata com livro, com espada, com o próprio cinto. Ele monta em cavalos no meio da luta, usa cachorros para ajudá-lo em lutas. É um balé de violência extremamente bem coreografado e que empolga fãs do gênero. A primeira cena de luta, que envolve o tal livro, é sensacional. Assim como uma briga com facas entre Wick e um grupo de orientais. É tão bem feita e coreografada, que a vontade é gritar e aplaudir.

Reeves continua sendo muito bom em cenas de ação e apenas mediano quando é exigido interpretativamente. Melhora a qualidade, porém, quando contracena com atores do calibre de Lawrence Fishburne (Matrix), McShane (Deuses Americanos), Anjelica Huston (Convenção das Bruxas) e Halle Berry (X-Men), que reaparece após um bom tempo sumida das telonas. Todos possuem, pelo menos, algum bom momento em cena. Com destaque para McShane e Fishburne, que põem as cartas na mesa e mostram como seus personagens possuem possibilidades interessantes de roteiro no futuro.

Enfim, John Wick 3: Parabellum faz o que promete e, em alguns momentos, vai além. Há um problema de roteiro que não tinha sido observado em nenhum dos outros dois filmes, mas as boas cenas de ação -- grandiosas, bem feitas e impecavelmente coreografadas -- fazem com que fiquem apenas os bons pensamentos ao final do filme. Consolida, sem dúvidas, a trilogia como a melhor dos anos 2010 na categoria de ação e abre um mundo de possibilidades para que novos conteúdos sejam produzidos daqui pra frente. Inclusive a série. E torcer para que mantenha a qualidade, sem decair.

 

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