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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Luta por Justiça' é filme formulaico, mas que emociona


Se você fizer um drink game de filmes de tribunal com Luta por Justiça, vai sair cruzando as pernas. Quiçá, carregado. Afinal, todos os itens existentes em produções do gênero estão lá: o advogado bonzinho, o promotor mau, o juiz que age nas sombras, um policial bonzinho (e aleatório) com a pessoa injustiçada, "grande discurso", emoção e violência com um coadjuvante.


Está tudo nessa história de Bryan Stevenson (Michael B. Jordan), um advogado criminal jovem e talentoso que decide ir para o Alabama defender presos injustiçados no corredor da morte. As coisas ficam mais tensas, porém, quando ele entra no caso de Walter McMillian (Jamie Foxx), um negro acusado de matar uma moça branca. A cidade vai à loucura e a briga vai pra Justiça.


Dirigido pelo instável Destin Daniel Cretton (do ótimo Short Term 12 e do fraco Casa de Vidro), o o longa-metragem tem uma história revoltante. Assim como A Vida de David Gale, Olhos que Condenam e The Innocent Man, é natural que o espectador sinta asco da situação dos presos injustiçados -- ainda mais com o nebuloso destino de uma cadeira elétrica ali pela frente.

O sentimento ainda é intensificado por conta das atuações de Jamie Foxx (Ray) e Michael B. Jordan (Fruitvale Station). Ainda que se apoiem em alguns maneirismos, a forma como conduzem os personagens é consistente a ajuda a emular a emoção do público. Você acompanha os sentimentos dos personagens e, por vezes, se pega soluçando, às lágrimas.


Enquanto isso, Brie Larson (Capitã Marvel) está totalmente avulsa na história, sem profundidade ou potência. Sua personagem -- uma assistente de Bryan -- não traz significado nunca na história. Ainda bem que, entre os coadjuvantes, Rob Morgan (Mudbound) dá um show. Ainda que seu personagem não tenha profundidade, ele cria emoção e tem o ponto alto de todo o filme.


No entanto, não dá pra esquecer o fato da fórmula que acompanha toda a história. Com uma direção sem muita criatividade de Cretton, que se repete até em planos e diálogos, o longa-metragem entra numa espécie de looping narrativo. Os clichês se amontoam, a situação de Bryan e Walter vai se repetindo, se repetindo, se repetindo... A emoção está lá. A trama não.


É aquilo, então. Luta por Justiça é um bom filme. A história é forte, impactante, faz chorar. Mas não dá nada de novo ao espectador que anseia por um longa-metragem de tribunal que vai além, que encanta, que traz originalidade. Segue a fórmula do gênero e fica aquém de algumas produções do gênero, como a já citada A Vida de David Gale. Uma pena. Poderia ter ido além.

 
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