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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Mãe e Muito Mais', da Netflix, é divertida comédia familiar


É Dia das Mães, mas as amigas Carol (Angela Bassett), Helen (Felicity Huffman) e Gillian (Patricia Arquette) estão se sentindo esquecidas. Afinal, os filhos esqueceram de comemorar a data e o mais próximo que chegaram de um contato é uma troca de SMS. Assim, decididas a entender o que aconteceu com seus filhos, as três mães irão para a cidade de Nova York, onde eles moram, para passar um tempo junto, entender como é a vida adulta dos herdeiros e, enquanto isso, tentar entrar novamente em suas vidas.

Esta é a trama do simpático Mãe e Muito Mais, novo filme original da Netflix. Dirigido pela estreante Cindy Chupack, o longa-metragem não tem grandes ambições e finca o pé no chão -- e este, sem dúvidas, é seu maior acerto. Afinal, por mais que o longa lembre filmes pastelões recentes, como o fraco Perfeita é a Mãe, ele acaba admitindo as suas limitações e trabalha em cima delas. Em nenhum momento ele tenta ser mais do que é. É, assim, uma comédia familiar leve, simpática, divertidinha e com boa história.

Ao longo de seus 100 minutos, o filme traz aspectos interessantes da vida entre mãe e filhos. Por mais que algumas piadas sejam bem bairristas e façam sentido para quem mora ou passa com frequência por Nova York, a linguagem adotada, no geral, é universal. A relação entre as mães e seus filhos -- cada um representando parte de uma diversidade maior -- é humana e dá para ser compreendida por qualquer um que decida mergulhar no filme. Você, leitor e espectador, vai se ver em pelo menos uma história.

Há exageros aqui e ali, mas nada demais. Parte desse acerto está nas mãos do trio principal de atrizes, que parecem estar realmente se divertindo. Bassett (American Horror Story), como sempre, está elegante e acerta no papel de uma mãe preocupada com o filho e que não deixa a viuvez de lado. Arquette (Boyhood) é a mais contida das três, mas representa a mãe mais real e pé no chão. Entendeu bem o papel. Já Huffman (Olhos que Condenam) é a mais histriônica do trio. Mas diverte e faz um tipo diferente.

Por mais que seja impossível mergulhar profundamente em três diferentes relações familiares, Mãe e Muito Mais -- que tem o ótimo título original de Otherhood -- passeia por diferentes temas que mexem com as famílias. As reflexões não vão muito além, mas podem causar algumas boas discussões entre o público. A única subtrama que avança mais do que o esperado é a que envolve Bassett e seu filho (Sinqua Walls). A conclusão do arco envolvendo os dois é emocional, impactante e vai além do resto da história.

Assim, em resumo, Mãe e Muito Mais é um filme divertido, simpático e que é consciente de suas limitações. Por isso, acerta pelos caminhos que vai e, mesmo sendo esquecível e servindo apenas como entretenimento rápido, traz algumas discussões importantes -- além de um divertimento simples e ingênuo, como na cena de Bassett na festa da firma de seu filho. É um filme inofensivo. E que pode ser revisitado no próximo Dia das Mães.

 

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