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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Mentes Extraordinárias' é filme emocional que celebra a diversidade


Alexandre Jollien é um filósofo e escritor suíço que, quando nasceu, passou por um problema: o cordão umbilical enroscou em seu pescoço e, por conta desse estrangulamento, nasceu com paralisia cerebral. Dos três aos vinte anos, viveu em uma instituição especializada para deficientes até que entrou na universidade para obter uma licenciatura em letras e, depois, um mestrado em filosofia. Hoje, ele é o protagonista absoluto do bonito Mentes Extraordinárias.


Estreia desta quinta-feira, 19, o longa-metragem conta a história de Louis (Bernard Campan), um agente funerário que atropela Igor (Jollien), um rapaz esforçado e com deficiência mental. Esse acidente une os dois em uma viagem França adentro. É um típico road movie, que se vale da movimentação em uma estrada (ou qualquer outra coisa equivalente), para desenvolver os personagens e, acima de tudo, a relação entre pessoas -- neste caso, os diferentes Igor e Louis.

Mentes Extraordinárias já começa com o pé direito, colocando um deficiente mental no papel de um deficiente mental. Não é como Teoria de Tudo, por exemplo, que coloca um ator que não entende a força e os desafios de uma deficiência. A direção do filme, que é assinada pelos dois protagonistas Bernard e Jollien, abraça a diversidade e coloca o longa-metragem em outra prateleira. Há diversidade, há respeito e inclusão, em um filme que também acerta na emoção.


Afinal, há verdade na evolução da relação de Louis e Igor, que vão se conhecendo e humanizando as duas partes. Há alguns maneirismos de roteiro, que abraçam histórias, formatos e narrativas que já vimos em filmes não tão inclusos assim. Será que Mentes Extraordinárias não poderia ter ousado mais? Fica a pergunta. Além disso, o roteiro de Marine Autexier, Bernard Campan e Helene Gremillon também traz algumas frases prontas que "plastificam" a narrativa. Uma pena.


Ainda assim, Mentes Extraordinárias que emociona naturalmente e que, nesse formato de road movie nas paisagens da França, encanta. Poderia ser melhor, mais ousado e criativo, mas faz sua parte ao apresentar reflexões que servem ao espectador. E, acima de tudo, fica a maior provocação que o filme poderia fazer: já passou da hora de colocar deficientes, sejam eles com questões mentais ou físicas, serem incluídos e lembrados no cinema. É urgente. Necessário.

 

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