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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Meu Eterno Talvez', da Netflix, é comédia romântica simpática e clichê


Sasha Tran (Ali Wong) e Marcus (Randall Park) não se separavam durante a infância. Considerados melhores amigos, iam para todos os lugares juntos, estavam sempre se visitando e eram confidentes. No entanto, a adolescência veio, os hormônios explodiram e a amizade virou romance. Só que o clima não esquentou como deveria e o casal acabou seguindo caminhos diferentes. Ele continuou a morar com o pai, virou técnico de ar condicionado e a tocar numa banda. Ela virou uma chef estrelada mundialmente.

Esta é a trama da comédia romântica Meu Eterno Talvez, mais uma produção original da Netflix que tenta agarrar o coração dos apaixonados e dos que procuram histórias básicas sobre encontros e desencontros. Dirigida de maneira burocrática pela estreante Nahnatchka Khan, a produção ousa em pouquíssimas coisas e se mantém numa zona de conforto gritante. Ainda que haja um certo ar de empoderamento feminino, o tema não avança como poderia, nem toma a dianteira. O foco, aqui, é manter velhos clichês.

Afinal, Meu Eterno Talvez é uma trama simpática no fim das contas. Ali Wong (do vindouro Aves de Rapina) e Randall Park (Homem-Formiga e a Vespa) possuem uma boa química na tela e funcionam como esse casal disfuncional que vive nas idas e vindas do amor. Ele, principalmente, volta a chamar a atenção por apresentar uma interpretação contida, mas charmosa, entregando apenas o necessário. Funciona nos mais diversos tipos de cena desse roteiro banal de Michael Golamco e da própria dupla de atores.

O ponto alto desse filme original da Netflix é uma sequência envolvendo Keanu Reeves, que interpreta uma versão mais estranha e babaca de si mesmo. O ator de John Wick e Velocidade Máxima entrou na piada do filme e funcionou muito bem. Difícil não gargalhar, ainda mais conhecendo o trabalho do astro -- a cena do vazo, da escolha de Marcus como sendo a pessoa a morrer e a briga são sensacionais. É divertido quando um ator sabe rir de si próprio e de sua história. Keanu, claro, é humilde a este ponto.

De resto, Meu Eterno Talvez é um filme que transita entre divertidinho, simpático e piegas. O romance está forte ali, ainda que em alguns momentos seja tão exagerado que soe artificial. Nem os atores salvam. Mas quem busca uma comédia romântica para uma noite gelada de inverna, vai encontrar o que quer. Não avança em nada no gênero, mas pra que? As pessoas querem isso, o filme entrega. Funciono no limite do aceitável.

 

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