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Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: Michael Bay continua irritante em 'Esquadrão 6', da Netflix

Atualizado: 14 de dez. de 2019


A primeira cena de Esquadrão 6, novo filme da Netflix, é o puro caldo de Michael Bay. Há explosões sem sentido, a sequência é demasiadamente longa, tem câmera lenta em momentos inapropriados e americanos se portam como os salvadores do universo. Ou seja: não importa a mídia, o meio ou o elenco. Michael Bay continua irritante, chato e fazendo o pior cinema possível.


Esquadrão 6 conta a história de um grupo de pessoas que se portam como fantasmas para levar justiça ao redor do mundo. Na liderança do grupo está Um (Ryan Reynolds), um bilionário que sustenta os outros mercenários e guia as missões ao redor do mundo. No caso do longa-metragem, a missão é a destituição de um ditador sanguinário ali na região do Oriente Médio.


Assim, o desânimo com a trama já é seminal. Ver americanos se portando como os bastiões da liberdade e da justiça, e interferindo em governos estrangeiros, é desconfortável -- muito, também, por conta do histórico brasileiro recente. E ver Michael Bay tratando isso com leveza, e até com um humor desproporcional, dá raiva. Esquadrão 6 é uma verdadeira piada de mal gosto.



O cineasta também continua a apostar em recursos ultrapassados. As explosões exageradas, as cenas de videoclipe, a câmera lenta. Ao contrário do que ele acha, isso tudo está mais para a comédia pastelão do que para a ação bem feita. Os filmes de Bay irritam, cansam -- não é à toa que Transformers não conseguiu manter o fôlego da franquia e tirou o americano do comando.


Nem Ryan Reynolds (Deadpool), sempre leve e divertido, consegue fazer com que algo se salve aqui. O ator está sem graça, apático, canastrão. O humor, que parece natural do astro, surge na cena aos tropeços. Fica desconjuntado, sem graça. Mélanie Laurent, Manuel Garcia-Rulfo, Ben Hardy, Adria Arjona e Corey Hawkins também não chamam atenção e passam batidos no filme.


Por fim, há de se destacar como essa história cheira a poeira e mofo. Sério que Michael Bay, em pleno 2019, ainda acha que ditaduras em países mais pobres surgem e acabam assim? Sério que ele acha que não há mão de grandes potências por trás? Esquadrão 6 parece um filme saído do século passado, em resumo. Seja por sua estética, por seu timing ou por sua história.

 
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