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Vira e mexe, nos deparamos nos cinemas com histórias de superação -- são aquelas pessoas do bem, que precisam desesperadamente de ajuda, e vão se superando até recuperar alguma qualidade de vida. É quase um subgênero. O filme Milagre Azul, que chegou ao catálogo da Netflix nesta quinta-feira, 27, é exatamente assim: o melodrama que não inova em quase nada.
Dirigido por Julio Quintana, que antes dirigiu o interessante e experimental O Mensageiro, o longa-metragem é inspirado em uma história real ao contar a jornada de um orfanato, com especial atenção no "papa" Omar (Jimmy Gonzales), que está passando por maus bocados. Não há dinheiro para pagar uma dívida. A única esperança é um torneio de pesca de marlim.
É aí que entra o personagem de Dennis Quaid (Quatro Vidas de um Cachorro), que interpreta um capitão que aceita fazer uma parceria com o orfanato para pescar o maior marlim da competição. É uma típica história de superação, como dito anteriormente. Quintana segue todas as fórmulas possíveis, permitindo que o público saiba começo, meio e fim dessa narrativa.
Além disso, não há qualquer inovação na execução do filme em si -- a estética da designer de produção Mailara Santana, por exemplo, não poderia ser mais óbvia com o exagero de azul para todos os lados. Quaid está bem como esse marinheiro rabugento, mas é mais ou menos o que ele tem feito nos cinemas nos últimos anos, sempre mirando no personagem de mal com a vida.
O roteiro também aposta em situações extremamente irreais para emocionar ou causar algum impacto. O prego dado ao menininho mais novo, bem no começo do filme, é de uma artificialidade ímpar. Já as sequências de memórias e sonhos de Omar, que polvilham toda a trama, recaem em um lugar-comum difícil de digerir, sem nunca ter bom desenvolvimento.
O fato é que se o espectador ignorar toda essa obviedade na narrativa, dá para encontrar algo com o que se emocionar. A questão da competição em si tem aquela empolgação que só sequências de competição nos reservam, há uma mensagem, mesmo que um tanto enlatada. E o fato de ser real, é claro, ajuda a dar algum tempero em uma narrativa tipicamente banal.
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