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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Minhas Férias com Patrick' é simpático filme francês


Geralmente, quando falamos em road movies pensamos em longas viagens de carro, com estradas sem fim à vista, e uma inerente transformação de seus personagens enquanto queimam pneu no asfalto. Por isso, que mudança bucólica desse subgênero podemos encontrar no delicado e singelo Minhas Férias com Patrick, estreia dos cinemas desta quinta-feira, 29.


Dirigido pela estreante em longas Caroline Vignal, o filme francês conta a história de uma mulher (Laure Calamy) que fica frustrada após o amante decidir passar suas férias com esposa e filha. Assim, contrariada, ela pega suas coisas e vai para o mesmo lugar de destino da paixão secreta. É uma longa caminhada em uma trilha bucólica, acompanhada do burrinho Patrick.


Com o típico humor francês, que flerta com temas sensíveis sobre sexualidade, triângulos amorosos e coisas do tipo, é difícil não embarcar nas emoções à flor da pele da personagem principal. Afinal, Calamy (Ava) transita bem entre o humor exagerado e sentimentos mais evidentes, modulando bastante seu humor conforme a situação vai se transformando na tela.

As situações absurdas vividas na trilha, como a fofoca rolando solta entre os outros participantes da trilha, ajudam a pontuar o humor no comecinho da história. Depois, porém, o que ganha vulto na tela é a relação da protagonista com o burrinho. Ele serve como uma espécie de ouvinte (e testemunha ocular!) das idas e vindas dessa personagem tão cheia de camadas.


Uma pena que Minhas Férias com Patrick se perca em alguns momentos, como certas relações estranhas da personagem e passagens mal explicadas. Faltou um apuro melhor de roteiro. Afinal, mesmo sendo um filme tão leve, simples e despretensioso, é preciso manter a coerência dos acontecimentos e das histórias, senão até mesmo o humor fácil some da projeção.


Ao final, porém, surge aquilo que deixa o filme marcado na memória de quem assiste: a concretização da relação sensível entre a protagonista e o burrinho, que serviu como um conselheiro silencioso nas tortuosas trilhas desse road movie atípico. A protagonista se transforma, compreende si mesma de fora para dentro. E leva Patrick para sempre no coração.

 
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