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Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: ‘Narvik’, da Netflix, mostra mais do mesmo sobre a Segunda Guerra Mundial


Histórias sobre a Segunda Guerra Mundial são as mais batidas do cinema. Não tem discussão. Não importa o foco, o tempo ou a geolocalização, essas tramas acabam sempre falando sobre as mesmas coisas, com personagens similares, em tramas que já revelam certo cansaço. É exatamente isso que ocorre com Narvik, filme da Netflix que estreou nesta segunda-feira, 23.


Dirigido por Erik Skjoldbjærg (de Geração Prozac), o longa-metragem tem, como pano de fundo, a primeira derrota de Hitler na Segunda Guerra, ainda que pouco comentada. Tudo acontece em Narvik, pequena cidade norueguesa que é fonte de minério de ferro para países Aliados e do Eixo. Só que as coisas saem do controle, já em 1940, quando Hitler rompe com a neutralidade da Noruega, invade o país e tenta controlar toda a produção dessa pequena cidadezinha.


É aí que entra a história de ‘Narvik’, baseada em fatos. O longa-metragem fala sobretudo sobre Ingrid Tofte (Kristine Hartgen), uma jovem que trabalha como empregada doméstica e intérprete em um hotel e que se vê completamente dividida. Quer evitar dor de cabeça, principalmente por conta de seu filho, mas não consegue fugir do conflito quando 200 soldados não aceitam a invasão alemã e atacam. O marido dela, Gunnar (Carl Martin Eggesbø), é um dos soldados.


Há, nesse sentido, alguns pontos positivos. A produção, no final das contas, se vale dos conflitos de Ingrid para engrandecer. Afinal, ela tem uma trajetória que lembra (e muito) a história de algum agente duplo: durante o dia, ela precisa continuar com seu trabalho no hotel, servindo principalmente os alemães que ali chegam, mas sempre preocupada com a vida de seu marido.


É, sem dúvidas, uma trajetória complexa, difícil e de emoções distintas e intensas. Nós, como espectadores, torcemos por aquela personagem que tenta sobreviver, ainda mais depois de um considerável avanço temporal exatamente na metade do filme, quando o foco da história muda um pouco e muita coisa fica no ar. Narvik, dessa forma, consegue ser competente em criar o clima e colocar o público mergulhado em personagens que criam vínculos com o espectador.


Só que as coisas param por aí. Afinal, o que tem de realmente diferente e memorável nessa história? O que a torna única? Apesar de alguns bons personagens, como a própria Ingrid, fica a sensação de que o longa-metragem norueguês recai na maldição da maioria dos filmes da Netflix: ser absolutamente esquecível. Daqui um mês, no máximo, ninguém mais vai se lembrar.


É o problema central desses filmes que a Netflix compra os direitos ou produz: eles enchem catálogo e dão a sensação de que o streaming está sempre com novidades fresquinhas. Mas, no fim do dia, não passa de uma quantidade considerável de produções que simplesmente não se destacam e que trazem elementos batidos, já trabalhados com mais qualidades em outros filmes. Simplesmente são histórias que não permanecem, apenas passam por nós.

 

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