top of page
Buscar
  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'O 3º Andar: Terror na Rua Malasana' é terror genérico


É incrível como, todo ano, os cinemas encontram um espaço para colocar em suas salas um terror genérico, mais do mesmo. Até mesmo agora, em 2020, em tempos de pandemia. Afinal, é nesta quinta-feira, 12, que chega às salas o filme O 3º Andar: Terror na Rua Malasana. Produção espanhola, o filme consegue apostar em todos os clichês possíveis e imagináveis do gênero.


Dirigido por Albert Pintó, o longa-metragem conta a história de uma família que decide vender suas propriedades rurais e parte para morar na cidade grande, em um apartamento desocupado há quatro anos. No entanto, logo que chegam, eventos estranhos e sinistros começam a provocar preocupação nos novos moradores, que logo entendem a presença do sobrenatural.


O clichê, que não seria um problema se usado com parcimônia em alguns momentos, começa a incomodar logo de cara. A história de uma família que se muda para uma casa assombrada virou banal nos cinemas -- desde Horror em Amityville, passando por Atividade Paranormal e até chegar em Invocação do Mal. As casas mal assombradas nos cinemas caíram na mesmice.

Afinal, as explicações para o "assombro" recaem sempre nos mesmos recursos narrativos: mortos que não aceitam a passagem, influências externas ou até cemitério indígenas.


O tema deu o que tinha que dar. No entanto, para além disso, Pintó não consegue encontrar meios de trazer qualquer originalidade que seja à trama. A edição, por exemplo, funciona da maneira mais óbvia possível, com várias cenas tendo cortes justamente em "barulhos" -- sai de uma conversa normal para a porta batendo, um silêncio sepulcral para a chaleira gritando, etc.


Enquanto isso, os personagens são os mais cansativos possíveis. Não há desenvolvimento, apenas um roteiro que tenta enquadrá-los com diálogos extremamente expositivos. Além disso, Pintó se vale de artimanhas batidas -- como o varal que faz barulho e que já promete um susto com ele fazendo barulho sozinho ou, ainda, o pião que é insistentemente mostrado na tela.


Assim, O 3º Andar: Terror na Rua Malasana é mais um daqueles filmes que não são memoráveis em absolutamente nada. Apenas um ou outro susto que realmente emplaca, enquanto a história é sonolenta até o último frame. Não há emoção, não há empolgação. Melhor assistir a alguns desses outros filmes citados de casas mal assombradas. Esse, ao contrário, não assusta nada.

 
0 comentário
bottom of page