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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'O Caso Collini' é bom drama de tribunal, apesar de falta de ritmo


Que história mais surpreendente é O Caso Collini, longa-metragem alemão que chegou aos cinemas nesta quinta-feira, 19. Dirigido por Marco Kreuzpaintner e protagonizado por Elyas M'Barek, a produção se aprofunda na história de um dos julgamentos mais marcantes da Alemanha — e com um desdobramento que deixou muita gente surpresa e emocionada.


Mas vamos por partes. O longa-metragem, inicialmente, conta a história de um assassinato. De um lado, o ítalo-alemão Fabrizio Collini (Franco Nero). Do outro, o empresário Hans Meyer (Manfred Zapatka). Collini é quem aperta o gatilho da arma, que estoura a cabeça de Meyer na suíte de um hotel. O que aconteceu? O que fez com que um cidadão exemplar matasse alguém?


É essa a grande pergunta que norteia grande parte de O Caso Collini, já que o protagonista que dá nome ao filme não fala, não se explica, não dá sua versão. Descobrimos detalhes da história a partir do olhar perspicaz do advogado de defesa Caspar Leinen (M'Barek), um rapaz novo no direito que é obrigado a aceitar esse caso, mesmo tendo uma relação próxima do assassinado.

Assim, na maior parte de O Caso Collini, acompanhamos essa tentativa de entender o que aconteceu durante a cena do crime. Há um ar de thriller, mas Kreuzpaintner nunca abraça esse gênero de vez. Prefere flertar mais com o drama, trazendo pontas de intensidade aqui e ali. No entanto, até o fim do segundo ato, o longa-metragem é insosso. Traz poucas novidades.


A trama alavanca de vez, porém, a partir do terceiro ato -- lembrando, e muito, o excelente Memórias Secretas, com Christopher Plummer. Ao invés de ficar no suspense de um drama de tribunal qualquer, Kreuzpaintner abraça a reflexão a partir de um olhar histórico sobre o passado nazista da Alemanha. Forte, contundente e com atuação marcante de Franco Nero.


Enfim, O Caso Collini não é excepcional, tampouco marcante. No entanto, vai muito além dos dramas de tribunal convencionais, que estamos acostumados a assistir por aí. Há intensidade na história, nas atuações e na forma como tudo ali é retratado. Poderia ser mais empolgante? Sem dúvidas. Mas, do jeito que ficou, ainda é satisfatório e deve deixar muita gente interessada.

 
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