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Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'O Golpista do Tinder', da Netflix, é bom filme sobre crime real


Todo mundo está careca de saber que a Netflix aposta alto no chamado cinema true crime. Ou, no bom português, "filmes sobre crimes reais". Já foi assim como Don't Fuck With Cats, Cena do Crime, Cenas de um Homicídio e por aí vai. Agora, chega mais um filme do estilo na Netflix que não é tão violento e brutal quanto essas outras histórias, mas chocante: O Golpista do Tinder.


Contando uma história que ganhou as páginas dos jornais nos últimos anos, o longa-metragem acompanha a jornada de duas mulheres, inicialmente, que se envolveram com um mesmo homem: Simon Leviev, israelense que se mostrava como um ricaço e que se apaixonava pelas mulheres que encontrava no Tinder. Tudo isso, porém, era puro golpe para arrancar dinheiro.


Afinal, como pano de fundo, Leviev falava que era responsável por uma empresa que compra e vende diamantes -- um ramo de risco e que colocava ele na mira de inimigos. Essa era a desculpa a ser usada com as mulheres que davam match. Quando estavam apaixonadas, o rapaz israelense começava a pedir (muito!) dinheiro para fugir dos tais inimigos. Puro golpe.


O Golpista do Tinder, para contar essa história, segue um caminho bem similar ao de Don't Fuck With Cats, com uma ou duas pessoas guiando toda a narrativa. Aqui, especificamente, são duas vítimas de Leviev que vão falando de sua relação com ele, a forma como eram tratadas, as trocas de mensagens e, principalmente, como se deu o golpe e como não perceberam o crime.


Ou seja: narrativa e esteticamente, O Golpista do Tinder segue um caminho que já conhecemos, sem inventividade ou grandes tropeços. O diamante da história, assim, está justamente nos crimes cometidos pelo israelense, a inventividade do golpe e como a coisa terminou. Difícil não surgir uma profusão de sentimentos enquanto a história é narrada -- raiva, principalmente.


O Golpista do Tinder obviamente poderia ir além e ser mais inventivo em sua estrutura. No entanto, ainda assim, compensa pela história absurda e, principalmente, por expor uma figura tão baixa e pequena ao grande público. Quando estiver usando o Tinder, se lembre da cara de Simon Leviev que, sem dúvida alguma, deveria estar preso por todos crimes que cometeu.

 

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