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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: ‘O Passageiro’ é fórmula pronta de cinema de ação, mas diverte


O ator Liam Neeson é extremamente versátil e não se furta em fazer filmes infantis (O Que Será de Nozes? e Uma Aventura Lego), dramas existenciais (Silêncio e Terceira Pessoa) ou até comédias besteirol (Um Milhão de Maneiras de Pegar na Pistola e Ted 2). No entanto, é no cinema de ação que o norte-americano se encontra de verdade, fazendo filmes como Busca Implacável e A Perseguição. E é neste último grupo que se encaixa seu lançamento, O Passageiro.

A história lembra -- e muito -- uma das produções recentes mais interessantes do gênero, o divertido Sem Escalas. Só que aqui, ao invés de um avião, Liam precisa encontrar uma pessoa específica dentro de um trem. As instruções são dadas pela misteriosa Joanna (Vera Farmiga), uma mulher perigosa que coloca a vida da família do protagonista em risco. Ele, por sua vez, contará apenas com a ajuda de alguns passageiros e de um policial amigo (Patrick Wilson).

A semelhança com Sem Escalas, porém, não surpreende quando descobrimos o diretor: é o espanhol Jaume Collet-Serra, que dirigiu o suspense aéreo e algumas outras produções do gênero, como Águas Rasas, Noite Sem Fim e Desconhecido. Aqui, a criatividade do diretor europeu está um pouco menos interessante. Além da trama ser parecida demais, a maioria das situações são genéricas demais e muitos personagens são clichês ambulantes -- como a patricinha.

O elenco também está menos interessante quando comparado Sem Escalas. Liam Neeson é o mesmo, fazendo a voz gutural de suspense (no mesmo estilo de “I will find you and I will kill you”) e tendo bons momentos de luta -- é interessante notar que ele está mais frágil nos filmes, apanhando mais do que antes. Só no elenco de apoio, ao invés de Julianne Moore, entra o casal de Invocação do Mal e Jonathan Banks. Aparecem pouco e com menos peso dramático.

No entanto, há de se destacar: os roteiristas estreantes Byron Willinger e Philip de Blasi e o experiente Ryan Engle (de Sem Escalas e do vindouro Rampage) colocam a criatividade à prova. Tem cena do Liam Neeson usando uma guitarra numa luta, tem descarrilamento de trem com incêndio. Se levar a sério, sai da sessão com raiva. Se cair na brincadeira do filme e se divertir, sai dando risada. Depende muito do humor do espectador e como encara todo o longa.

Vale ressaltar, também, que as cenas de luta estão ótimas: há até uma tentativa de plano sequência e a câmera está muito menos tremida do que é normal ver nos cinemas de ação.

O Passageiro é um filme inferior à Sem Escalas, mesmo tendo uma história muito parecida. É a fórmula do cinema de ação colocada, novamente, à prova, junto com cenas absurdas e divertidíssimas. É cinema de entretenimento, mas que deve divertir e, em alguns momentos, até mesmo criar tensão. Ou seja: não é uma obra de arte, não é um filme que vai se tornar o seu favorito. Mas deve ajudar a entreter. E que venham mais filmes com o Liam Neeson sem medo de enfrentar seus pesadelos.

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