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Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: ‘O Poder e o Impossível’ é apenas mais um filme de sobrevivência

Atualizado: 11 de jan. de 2022


Filmes de sobrevivência em ambientes hostis são uma constante no cinema assim como os longas sobre Segunda Guerra Mundial e a história romântica da menina pobre e do menino rico -- ou vice-versa. O filme O Poder e o Impossível, com o astro de Penny Dreadful como protagonista, é a mais nova produção de sobrevivência que chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, 14.

A história parece um longo déjà vu de outros filmes do gênero. Eric (Josh Hartnett) é mais um jovem rebelde em busca de redenção. Ele, então, decide passar uma temporada numa cabana de esqui para se divertir na neve praticando snowboard. No entanto, ele desafia a natureza e vai para um montanha em meio a uma forte nevasca. Aí não dá outra: o rapaz se perde e começa o drama.

Antes de tudo, que tradução horrível é O Poder e o Impossível. O título original, 6 Below: Miracle on the Mountain, também não é grande coisa e nem teria uma boa tradução para o português. Mas, sem dúvidas, a distribuidora Imagem Filmes poderia ter arranjado um título melhor. Um dia, ainda quero entender como funciona a cabeça da pessoa que decide essas traduções.

Quanto ao filme em si, nada de novo. A sensação de déjà vu fica forte aqui, visto que vimos um filme muito parecido com esse há poucos meses -- o fraco Depois Daquela Montanha, com Kate Winslet e Idris Elba. É a neve contra o homem. É a natureza mostrando toda sua força contra um ser insignificante, causando uma empatia genuína na audiência e uma boa recepção com o filme.

Só que aqui, ao contrário de outros grandes filmes de sobrevivência como Náufrago, 127 Horas e, claro, Gravidade, não há empatia além dessa sensação genuína causada pela situação em si. Na tentativa de mimetizar a história de Na Natureza Selvagem, conhecemos um rapaz rebelde que parte para o exílio enquanto tenta entender o que está acontecendo na sua vida.

Essa história do rapaz-rebelde-que-busca-autoconhecimento, porém, não tem o impacto esperado e, ainda mais, tira o espectador da história. Difícil entender as motivações de Eric e, ainda mais, entender os motivos dele estar ali. E olha que o diretor Scott Waugh -- do péssimo Need for Speed -- tenta enfiar essa empatia por goela abaixo com cenas de briga com o pai e motivação no esporte.

Hartnett está bem, mas como disseram por aí, está a um passo de virar um jovem Nicolas Cage que só escolhe filmes ruins -- ele vem dos fracos Amor Em Tempos de Guerra e Cavalos Selvagens. Ele precisa de um assessor melhor. E o que é Mira Sorvino como MÃE de Hartnett? Ela tem 50 anos. Ele, 39. É uma escolha absurda. Como sempre, deixam galã mais jovem e as atrizes mais velhas. É uma doença de Hollywood que precisa ser curada com urgência.

De resto, há algumas boas sequências -- como o momento que Eric comete um ato bizarro para conseguir comer -- e uma trilha sonora interessante. Assim, O Poder e o Impossível se torna apenas mais um filme esquecível do gênero. Sem inventividade, sem momentos de grande impacto. É a mostra de que os filmes de sobrevivência na natureza começam a entrar num estado de coma, presos em meio a uma grande geleira, e que precisam de uma boa ideia para se resgatado.

RUIM

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