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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'O Protocolo de Auschwitz' é filme genérico com final poderoso


Não adianta. A Segunda Guerra Mundial, infelizmente, parece que chegou ao esgotamento nos cinemas. Não vejo mais, desde filmes do começo dos anos 1990 e 2000, inventividade e criatividade com o que é contado nas telonas. E o mesmo acontece com O Protocolo de Auschwitz, longa-metragem de Peter Bebjak (The Line) que estreia no VoD nesta quinta, 8.


A trama parte de dois judeus, da Eslováquia, que decidem armar um plano para fugir da morte em Auschwitz -- e são felizes na missão, ao contrário de muitas outras histórias que já vimos por aí. Enquanto isso, o roteiro de Bebjak, Tomás Bombík e Jozef Pastéka acompanha duas linhas narrativas. Por um lado, os efeitos da fuga no campo. Do outro, a fuga propriamente dita.


Toda a história dessa fuga, dos efeitos e do funcionamento de Auschwitz é mais do mesmo. Bebjak não consegue recriar absolutamente nada, não consegue trazer uma narrativa que a torne memorável -- ainda que haja certas tentativas de mexer com sensações aqui e ali com a fotografia de Martin Ziaran (Cistic). Uma Vida Oculta e Além da Linha Vermelha já fizeram isso.

O grande ponto alto de O Protocolo de Auschwitz acaba ficando nos vinte minutos finais, quando vemos esses dois homens (muito bem interpretados por Noel Czuczor e Peter Ondrejicka) praticamente em um processo de convencer pessoas do que está acontecendo em Auschwitz -- pedindo, inclusive, para simplesmente bombardear o local e cortar o mal pela raiz. É doloroso.


É um momento forte, doloroso, triste, se assemelhando ao que Quo Vadis, Aida? faz em um outro sentido, com a Guerra da Bósnia. São personagens buscando desesperadamente por uma saída para viver. Para sobreviver. Não tem como sentir aquela dor, perceber como muitas vidas poderiam ter sido poupadas com um grande líder mundial, ou alguém com poder, se mexendo.


E a cereja do bolo estão nos créditos, quase como numa cena pós-crédito, quando Bebjak coloca falas de políticos e líderes mundiais com falas que praticamente reproduzem o que era dito naquela época de Auschwitz ou que negam o Holocausto -- inclusive com trechos de Bolsonaro falando de homossexuais e ONGs. É um momento forte, quando o filme expõe um ciclo histórico.


O Protocolo de Auschwitz, assim, é um filme que basicamente existe por conta do seu final. Todo ele é pensado, criado e dirigido para aquele baque nos últimos vinte minutos, ganhando ainda mais projeção nos créditos. Como diz uma frase inicial do longa-metragem, tão importante hoje em dia, precisamos saber mais sobre a nossa História, nosso passado, para não repetir erros.

 
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