
O italiano Giacomo Girolamo Casanova (Vincent Lindon) foi uma figura do século XVIII conhecida por seu gosto pela "diversão". Libertino, gostava de sair com várias mulheres, enfrentar a noite com muito sexo e não assumir compromissos. No entanto, em determinado momento, ele se depara com a cortesã Marianne de Charpillon (Stacy Martin) e sua vida muda da água pro vinho.
Afinal, Casanova faz de tudo para cortejar a moça e não consegue. Ela prefere não se deitar com o pretendente, ainda que ganhe dinheiro com outros homens em sua cama, e não cede aos instintos. Faz da vida de Casanova um inferno. Ele, antes conhecido por ser um homem que deita com várias mulheres, some da noite e vive a pensar na amada e na forma de conquistá-la.
Esta é a trama do irregular O Último Amor de Casanova. Dirigido por Benoît Jacquot, que está em franca decadência após Até Nunca Mais e Diário de Uma Camareira, o longa-metragem não se propõe a contar toda a história de vida de Casanova, que já ganhou versões no cinema com John Malkovich, Alain Delon e Heath Ledger. E isso, num primeiro momento, parece positivo.
No entanto, ao invés de mergulhar nesse pedaço da vida do libertino e explorá-lo de todas as maneiras possíveis, Jacquot decide apostar na repetição. O Último Amor de Casanova parece um looping de 90 minutos sobre as mesmas coisas na vida do conquistador. O tempo todo. Ele demonstra paixão por Charpillon, não é correspondido, sofre. E tudo de novo. De novo. E de novo.
A sensação, quando sobem os créditos, é que absolutamente nada aconteceu ou mudou. O arco dos personagens é inexistente, apesar do esforço de Lindon (Em Guerra) e Martin (Ninfomaníaca) em tentar criar algo minimamente plausível a partir da nulidade que é este roteiro. As cenas simplesmente se amontoam, cena a cena, em busca de um objetivo qualquer.
O cansaço, ao final da projeção, supera qualquer consideração com o que o longa poderia vir a trazer de positivo -- como a ambientação, as atuações e uma ou outra cena. Filmes que não se decidem e que não saem do lugar precisam ter algo muito, muito poderoso para mascarar esse problema. Não é o caso aqui. O Último Amor de Casanova é o filme mais vazio do ano.


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