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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Olhos de Gato' é animação japonesa singela da Netflix


Ainda que o Studio Ghibli reine sozinho no mercado de animações japonesas, alguns outros estúdios começaram a ganhar relevância nos últimos anos. É o caso do CoMix Wave, responsável por filmes como Your Name e 5 centímetros por segundo. E, agora, o Studio Colorido também começa a ganhar renome e a espalhar as suas produções mundo afora.


É o caso de Olhos de Gato, longa-metragem do Colorido e que chegou ao catálogo global da Netflix nesta quinta-feira, 18. Dirigido pela dupla Jun'ichi Satô e Tomotaka Shibayama, o filme acompanha os encontros e desencontros de um casal de adolescentes. Ela, Miyo, é perdidamente apaixonada por Kento Hinode, um garoto de sua escola que a ignorada sempre.


Assim, tentando chamar a atenção do garoto, ela acaba aceitando a oferta de um gato-mágico para se transformar num felino sempre que colocar uma máscara. A partir daí, o longa-metragem mostra a relação de Hinode com Miyo-gata, enquanto eles vão estreitando seus laços. É, em resumo, um filme adolescente de romance simpático e com uma boa premissa.

E isso funciona por cerca de 30 minutos do longa-metragem. É interessante entender melhor aquela mitologia criada pelos diretores e, principalmente, notar o esforço da chata protagonista -- sim, é uma protagonista difícil de criar empatia, mas vamos por partes. A questão da transformação é bem tratada e, como é de praxe nas animações japonesas, paisagens lindas.


No entanto, conforme o filme avança, as coisas vão se tornando cansativas. A trama fica exageradamente repetitiva, muitas das histórias chegam a ser datadas -- a forma que a protagonistas se dedica ao romance parece algo do século passado -- e é difícil entender ou se compadecer pelo drama que vivem aquelas personagens. Falta um pouco mais de força.


Agora, voltando ao problema inicial: a protagonista é irritante em diversos momentos, difícil de criar laços ou qualquer coisa do tipo. Assim, pode ser que uma adolescente em situação semelhante compreenda e até se identifique. No entanto, para o restante do público, vai soar como uma eterna chateação. É uma pena como as coisas não se desenvolvem por aqui.


Enfim. Olhos de Gato é um longa-metragem simpático, singelo, bonitinho, fofo. Tem objetivos claros e uma premissa interessante. Pena que os diretores não consigam desenvolver a história da forma esperada, com as nuances que são exigidas aqui. Mais da mitologia, mais sobre o íntimo dos adolescentes. Tudo isso poderia servir à trama e não atrapalha-la. Uma pena.

 
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