Após as confusões e as palhaçadas em Os Parças, o grupo de amigos Romeu (Bruno de Luca), Pilôra (Tirullipa), Toinho (Tom Cavalcante) e Ray Van (Whindersson Nunes) retorna às telonas. Desta vez, eles esbanjam luxo e glamour por conta de uma bolada a ser recebida por Romeu. No entanto, se dão mal quando o rapaz não ganha o dinheiro e, ainda por cima, passa a ser perseguido por uma espécie de mafioso chino-brasileiro.
Mesmo sendo protagonizada por Whindersson Nunes, maior fenômeno recente da internet, Os Parças 2 é um filme parado no tempo. Sem qualquer tipo de roteiro, o longa de Cris D'Amato (Sai de Baixo: O Filme) não tem história, não tem uma trama que o movimente de fato. A tal perseguição envolvendo o chinês é apenas um fiapo para fazer com que o grupo de "parças" adentre numa fazenda e viva suas confusões por lá.
As piadas, ainda por cima, na maioria das vezes não funcionam para o público no geral. Há muita referência escatológica, muitos gritos desnecessários. Apenas Tom Cavalcante (Sai de Baixo), desperdiçado no primeiro filme desta franquia, dá um frescor ao longa-metragem. Suas piadas possuem timing e muitas parecem improvisadas -- e, caso não sejam, há mérito para a interpretação de Tom, certeira e sem muitos exageros cênicos.
O resto do elenco, enquanto isso, pouco acerta. Tirullipa faz um humor histriônico, cheio de gritos e a repetição exagerada de "tá que o pariu". Bruno de Luca está péssimo, como sempre. E Whindersson Nunes parece estar fazendo papel de... Whindersson Nunes.
Mas estes atores até podiam se sair melhor se não fosse o roteiro absurdamente ruim de Cláudio Torres Gonzaga (de A Grande Família e do Os Parças). As duas tentativas de história -- a do chinês e dos adolescentes na colônia de férias -- são desoladoras de tão ruins. Esta última é óbvia, clichê, vergonhosa. Filmes ruins das década de 1990 traziam coisas assim. É algo que já foi. Não dá mais para apostar em obviedades hoje em dia.
Cris D'Amato não consegue mais repetir sua performance no razoável S.O.S. Mulheres ao Mar. A diretora volta a apresentar uma direção bagunçada, como em Sai de Baixo: O Filme, com pouca personalidade e uma trama confusa -- por mais que quase tudo seja culpa do roteirista, ela poderia ter feito ajustes, como diretora. Falta algo que torne o filme minimamente especial. Falta algo que valha, de fato, o ingresso pago pra sessão.
Afinal, além de Tom Cavalcante, pouco se sobressai. Destaca-se apenas uma boa pós-produção, com um uso criativo de desenhos na cena inicial, e a excelente participação do ex-jogador Amaral. É o único momento realmente hilário do filme. De resto...
Os Parças 2 é um filme que já nasce com uma missão complicada. Precisa melhorar de seu primeiro filme, que é notoriamente péssimo, para algo razoável. A melhora existe, sim. Mas é mínima. Falta uma história, um roteiro, uma coesão. Esse amontoado de breves esquetes não chamam a atenção, não são memoráveis. É um filme perdido no tempo, sem graça e sem futuro. Ano que vem, quem lembrará desse Os Parças 2?
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