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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Pamela Anderson: Uma História de Amor' é bom documentário da Netflix


Lá pela metade do documentário Pamela Anderson: Uma História de Amor, filme da Netflix que chegou ao catálogo nesta terça-feira, 31, a atriz de S.O.S. Malibu diz uma frase que fica martelando na cabeça: "é bom ouvir a história nas minhas próprias palavras. Minhas palavras”. Essa, afinal, é a essência do documentário que busca resgatar a história e trajetória de Pamela.


A frase é dita logo após a atriz de ‘S.O.S. Malibu’ falar sobre sua “sex tape”, roubada e divulgada no início dos anos 2000, quando a internet começava a dar seus primeiros passos. Virou motivo de chacota ao longo dos anos, afundando com a carreira de Pamela, e até virando tema de série.


Dirigido por Ryan White (do simpático Boa Noite, Oppy, o longa-metragem fala sobre isso, mas preza pelo tom confessional. Ainda que o filme tenha uma quantidade considerável de imagens de arquivo, além de uma atriz lendo os diários de Pamela Anderson e os filhos compartilhando a visão sobre a mãe, é a estrela que é o foco sempre. Ela, enquanto isso, sabe da importância de mostrar uma imagem diferente de tudo até então: não usar quase nada de maquiagem e está sempre com roupas claras, claríssimas. É, assim, a construção de uma nova Pamela Anderson.

Mais do que um filme, Pamela Anderson: Uma História de Amor é a oportunidade da atriz pegar de volta o que é seu por direito: sua história. Ao longo das últimas duas décadas, Anderson apenas observou os outros contando sua história — seja por meio de paródias, com piadas em filmes quando menos se espera e até mesmo com uma série do Hulu (Pam & Tommy), que fala exatamente sobre o roubo da “sex tape”, sem qualquer autorização ou consulta por parte de Pamela Anderson. O documentário é, assim, a oportunidade da atriz de ter voz novamente.


Uma pena, porém, que muito do filme é conduzido de maneira um tanto quanto banal. São imagens de arquivo que sucedem trechos da entrevista e que, depois, são interrompidos por leituras do diário ou conversas com os filhos. Além disso, o roteiro do filme não poderia ser mais previsível: é como se Pamela Anderson estivesse lendo uma linha do tempo de sua vida.


No entanto, mesmo falhando em ser criativo, o filme consegue ser memorável pelo simples fato de dar ao público essa imagem de Pamela Anderson que nunca vimos — ou, melhor, que nunca foi mostrada para nós. Dificilmente o filme vai funcionar como um recomeço (Hollywood, afinal, é cruel, ainda mais com mulheres na casa dos 50). Mas é, talvez, aquilo que a atriz mais ansiava, desejava e precisava: uma forma de contar sua história sem ser interrompida por perguntas sobre seus seios ou falando besteiras sobre sua vida. É apenas Pamela Anderson. E fim.

 

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