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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Pantera Negra: Wakanda para Sempre' é interlúdio sem graça


Quando Chadwick Boseman morreu, em 2020, abriu-se um buraco em todo o planejamento da Marvel nos cinemas. Oras, o herói interpretado pelo astro não só era central na estratégia do estúdio, como também se tornou queridinho após o grande sucesso de Pantera Negra. Como lidar com essa perda enquanto faz a história andar? Como prosseguir com um novo filme?


As respostas para essas perguntas que chegaram na época da morte de Boseman são respondidas agora com a estreia de Pantera Negra: Wakanda para Sempre nesta quinta-feira, 10. Novamente dirigido por Ryan Coogler (Creed), o longa-metragem começa exatamente a partir da morte de T'Challa. Luto se abate sobre Wakanda, que perde a figura de seu líder.


Além disso, enquanto estão se reorganizando sem Pantera Negra, uma nova ameaça surge no horizonte: Namor (Tenoch Huerta), o príncipe submarino, que ameaça Wakanda por conta do domínio de Vibranium. Coloque ainda, na equação, a dor do luto vivida por Shuri (Letitia Wright), Ramonda (Angela Bassett), Okoye (Danai Gurira) e todas as pessoas ligadas ao falecido T'Challa.


Ao longo de suas mais de 2h40, Pantera Negra: Wakanda para Sempre se comporta como um interlúdio, nunca como um filme que se propõe a ter uma história própria. A ausência de Boseman claramente é sentida, conforme a história passa e pouca coisa avança -- o roteiro está mais preocupado em arrumar tudo que ficou no caminho, principalmente a ausência do Pantera.

Com isso, não espere um roteiro vigoroso, com cenas de ação estonteantes e coisas do tipo, como aconteceu no primeiro filme. Tudo aqui é calmo. É mais um drama do que qualquer outra coisa, com o luto dos personagens se sobrepondo ao confronto que existe com Namor. Não à toa, as cenas de ação correm rapidamente, quase como um sopro, sem tomar conta do filme.


No protagonismo, Letitia Wright e Angela Bassett. A primeira provoca aquele gosto agridoce na boca. Afinal, desde o início da pandemia de covid-19, a atriz se colocou contra as vacinas e causou tumulto no set de filmagem. Enquanto isso, a segunda afaga a audiência: não está muito bem em cena, como traz uma força inconfundível na tela. Ela supre a ausência de Boseman.


Enquanto a questão de protagonismo se acomoda bem quando Bassett está na tela, porém, o mesmo não pode ser dito do vilão. Pantera Negra chamou muito a atenção por conta de Killmonger, o antagonista vivido por Michael B. Jordan e que conquistou as plateias. Funcionou bem, não só por conta da boa atuação, mas também por toda a motivação por trás do vilão.


Namor não repete a fórmula de sucesso. Ainda que Tenoch Huerta (Uma Noite de Crime: A Fronteira) se esforce à beça, o roteiro desmonta as bases do personagem. A motivação do vilão é pífia, lembrando os piores antagonistas da Marvel. Não se sustenta. O pior é quando ele explica a sua origem, com um passado escravocrata. São personagens similares entrando em conflito.


Com isso, Pantera Negra: Wakanda para Sempre é um filme apático, como um interlúdio que tenta amarrar todas as pontas deixadas no passado -- e acrescentando outras desnecessárias, como a trama vazia e sem graça do personagem de Martin Freeman. A Marvel fecha sua quarta fase mal, sem sustentação e empolgação. O futuro de seus filmes se torna mais preocupante.

 

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