
Ao pesquisar por antônimos da palavra "homenagem", termos como demérito, depreciação, afronta, insulto e desonra aparecem na tela. E, de fato, são todos termos perfeitamente apropriados para falar sobre Parque do Inferno quando pensamos no filme como um tributo aos clássicos de seu gênero, o slasher. Com uma ótima trama, pouco aproveitada, o longa traz personagens irritantes, cenas previsíveis e pouco sangue.
Numa espécie de Noite do Horror, o parque de diversões Hell's Fest promove sustos e cenários horripilantes para os fãs do terror. Todos usam máscaras, o que dificulta na hora de distinguir quem está apenas fazendo brincadeiras de alguém potencialmente perigoso. Por ser dentro de um parque cheio de casas temáticas, o cenário é perfeito para assustar qualquer um, inclusive os próprios espectadores. Junto à uma mixagem de som incrível, a tensão é um grande aliado nesse filme -- afinal, estamos lidando com monstros, assassinos, bonecas macabras e tudo o que se pode imaginar. São inúmeros elementos de terror, mas que acabam perdendo a graça em jumpscares totalmente esperados.
Há dois anos, neste mesmo evento, uma garota foi morta por um assassino que estava à solta pelo parque. A partir daí, a história virou uma lenda urbana e começou a atrair curiosos. O grupo de amigos que resolve se aventurar é talvez a pior coisa de todo o filme. É compreensível que sejam estereotipados: a garota bonita e inocente, o rapaz gentil que tem interesse nela, sua amiga e o namorado que constantemente a abandonam, e outro casal totalmente porra louca. Mas Parque do Inferno exagera tanto nisso que você torce para os personagens morrerem logo, principalmente Taylor, interpretada por Bex Taylor-Klaus, a atriz insuportável de Pânico: A Série de TV.
Quem assiste ao original Halloween, de 1978, consegue perceber algumas semelhanças - e com semelhanças digo falhas tentativas de imitação, nesse caso. O assassino tenta se inspirar em Mike Meyers, utilizando uma máscara que esconde totalmente seu rosto, e fazendo um barulho característico. No entanto, ao contrário do clássico, o filme de Gregory Plotkin é pouquíssimo visual, exibindo uma ou outra cena de horror grotesco. Outra característica, infelizmente, muito marcante é a necessidade de se auto explicar o tempo todo, como se estivesse dando pistas descaradas ao público.
A ideia de um assassino à solta num parque de diversões em que todos estão fantasiados e vulneráveis às atrações é genial. Mesmo assim, Parque do Inferno acaba por tornar-se um filme mais chato do que angustiante. Com enorme potencial desperdiçado, o novo lançamento de Plotkin, infelizmente, não faz jus algum aos slashers clássicos.


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