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Não é fácil assistir a Perfil de Uma Mulher, longa-metragem japonês que chegou aos cinemas brasileiros na última quinta-feira, 28. Dirigido por Kôji Fukada (Kantai), que também assina o roteiro ao lado de Kazumasa Yonemitsu, o filme se debruça sobre a história de Ichiko (Mariko Tsutsui), uma enfermeira que, de uma hora para a outra, se vê envolvida em um grave crime.
Como? O sobrinho de Ichiko sequestra a neta da idosa que fica sob responsabilidade da protagonista do longa-metragem. Filha da patroa. Rapidamente, Ichiko cai em desgraça em meio a sociedade japonesa. É tragada pelo desaparecimento da garota. Ela se torna uma pária de sua profissão e, acima de tudo, é associada ao crime cometido pelo sobrinho a todo o momento.
E oras, o que faz com que Perfil de Uma Mulher seja difícil de assistir, como falei lá no começo do texto? É simples. Por um lado, há os desafios do roteiro de Fukada e Yonemitsu. Ainda que seja pouco coeso e com graves problemas de desenvolvimento, a narrativa do filme instiga esse espectador a mergulhar no processo de desconstrução psicológica da personagem de Ichiko.
Há, em certos momentos, até mesmo uma animalização da personagem, que vai perdendo seu lugar na sociedade. É um processo difícil e árduo, complicado de ser compreendido na tela.
Mas o que faz com que Perfil de Uma Mulher seja tão complicado de engolir está no machismo entranhado na sociedade e que vai se infiltrando na trama. Afinal, Ichiko nunca cometeu crime algum. Sequer sabia das intenções do sobrinho. Ainda assim, porém, ela é fortemente penalizada pela sociedade, imprensa e colegas pelo ocorrido, arcando com custos altíssimos.
Fukada se perde em algumas subtramas que vão surgindo aqui e acolá, principalmente no que concerne à sexualidade da personagem -- fica confusa as intenções da personagem, de maneira exageradamente teatral. Mas, no geral, temos aqui um filme interessante, até mesmo potente em alguns momentos, que sabe fazer explorar o perfil dessa mulher japonesa contemporânea.
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