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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Radioactive', da Netflix, é filme mediano sobre Marie Curie


É inegável que Marie Curie é um dos maiores nomes da história da ciência. Afinal, ela revolucionou o mundo ao compreender o funcionamento e a existência dos átomos de uma maneira completamente diferente, passando a identificar a existência de elementos químicos radioativos, como o Rádio e o Polônio. Por isso, Radioactive não é um filme à sua altura.


Dirigido por Marjane Satrapi (Persépolis e As Vozes) e roteirizado por Jack Thorne (Extraordinário), o longa-metragem exclusivo da Netflix no Brasil busca mostrar vários olhares sobre a vida de Curie, muito bem interpretada por Rosamund Pike (Garota Exemplar). Primeiramente, Curie como mulher, esposa e mãe. Depois, como uma cientista genial.


No entanto, esta cinebiografia de Satrapi não poderia ser mais banal. Enquanto Curie promoveu os mais diversos e arriscados experimentos para mudar a visão do mundo sobre a ciência, Radioactive é mais do mesmo no quesito de histórias biográficas nas telonas. Ao contrário de sua retratada, Satrapi não experimenta, não ousa. Diretora e roteirista aceitaram formalismos.

E isso não poderia ser mais prejudicial. Oras, a história de Curie transcende o óbvio. Sua paixão, a ciência e a descoberta de elementos radioativos, lhe matava aos poucos. Ela não sabia dos efeitos em seu corpo. Ela também enfrentou um forte machismo no meio acadêmico, sendo impedida até mesmo de exercer algumas funções, enquanto seu marido as fazia livremente.


Há apenas um ou outro momento mais ousado, como a morte trágica do marido. No entanto, não é o bastante para colocar a produção em outro patamar -- e vale ressaltar que alguns dos momentos beiram o tosco, como a bomba nuclear no Japão e algumas passagens de tempo bem amadoras por conta de uma edição confusa. É um filme bastante precário em suas ideias.


Mas, enfim, não dá para dizer que Radioactive é um filme ruim. A história de Curie está ali contada, aos trancos e barrancos, e temos uma boa atuação de Pike -- além de alguns bons momentos de Sam Riley (Malévola) como o marido da protagonista. Enfim, é um bom passatempo. Mas ainda ficamos no aguardo de um filme realmente à altura de Marie Curie.


 
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