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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Shazam! Fúria dos Deuses' é filme surpreendentemente divertido


Confesso que, quando Shazam! chegou aos cinemas, em 2019, senti pouca empolgação. Apesar do filme ser simpático, a DC estava em um momento confuso nos cinemas, atirando para todos os lados, e a história da criança que se torna super-herói parecia descolada dentro daquele universo. Hoje, quatro anos depois e com uma nova direção cuidando dos filmes da DC, Shazam! Fúria dos Deuses chega nesta quinta-feira, 16, bem diferente, com leveza e mais diversão.


No filme, Billy Batson (Asher Angel) agora é um adolescente, já chegando na maioridade, que consegue se transformar em um super-herói (Levi) quando invoca uma espécie de poder místico. Agora, porém, não está sozinho: ao seu lado, seus irmãos de criação também compartilham do poder e passam a defender a cidade de Filadélfia, nos Estados Unidos, de vilões. É o caso de três divindades gregas (Helen Mirren, Rachel Zegler, Lucy Liu) que ameaçam a família de super-heróis batendo de frente com outros fortes poderes místicos.


Dentro das notícias que estamos recebendo do universo da DC nos cinemas, Shazam! Fúria dos Deuses poderia ser um filme natimorto: afinal, não apareceu nos planos iniciais de James Gunn, o novo chefão do selo, tampouco há uma grande empolgação ao redor da história aqui contada.


Só que, enquanto assistia a Shazam! Fúria dos Deuses, fui sendo tomado por uma certa empolgação inesperada, uma diversão genuína. O filme não tem o brilhantismo das produções “independentes” da DC, como Batman e Coringa, mas também está longe de ser um desastre como Batman v. Superman, Liga da Justiça e até Mulher-Maravilha 1984. O filme conta com um certo frescor, visto de maneira similar no mais recente O Esquadrão Suicida, do próprio Gunn.

Não há as bizarrices que o cineasta de Guardiões da Galáxia tanto gosta e coloca em seus filmes, mas há a leveza, simplicidade, colorido. o cineasta David F. Sandberg (de Quando as Luzes se Apagam) sabe muito bem que a história de Shazam não pode ser tão grandiosa quanto a jornada do Batman nas telonas, por exemplo, ou do Superman. Ele precisa prezar pelo pouco, pela proximidade desses heróis que, na verdade, são adolescentes experimentando poderes quase mágicos. É aí que está a graça e o diferencial do filme, que se leva pouco a sério e, por isso, não firma nenhum compromisso com o espectador em ser grandioso ou opulento.


É o oposto do que está acontecendo com a Marvel Studios agora, por exemplo. Depois dos acontecimentos de Vingadores: Guerra Infinita e Vingadores: Ultimato, o público não aceita nada menos do que histórias que realmente arrepiem. E, com isso, dois efeitos já são sentidos nas telonas: ou o filme exagera demais para tentar alcançar esse efeito ou, então, fica absolutamente aquém e acaba não convencendo. Raramente encontra o caminho do meio.


Shazam! Fúria dos Deuses consegue encontrar esse caminho. Até afaga o fã aqui e ali, principalmente com uma boa participação especial no finalzinho, mas se preocupa em contar a sua própria história. Outro caminho do meio trilhado por Shazam! Fúria dos Deuses está na união dos dois momentos da DC. O filme parece ser um elo perfeito do que existia antes no estúdio e no que vai existir a partir de agora, antecedendo o importante e divisivo The Flash, que deve ser lançado em junho deste ano. O novo longa-metragem, afinal, traz personagens desse outro momento da DC, mas já com uma cara mais alegre e descontraída, marca de Gunn.


A Warner Bros. Discovery só precisa ficar atenta ao tom do filme a partir de agora: o ator Asher Angel, o Shazam antes da transformação, já está com cara de homem. Logo mais vai ficar difícil engolir que o rapaz tem atitudes tão imaturas como super-herói. Vai ter que mudar a forma de interpretar Shazam que, no final das contas, não pode ser criança para sempre nos cinemas. Gunn e Safran, neste momento, vão ter que quebrar a cabeça para, enfim, descobrir como seguir com o personagem mantendo sua essência, mas evoluindo e mantendo essa boa simplicidade.

 

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