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Crítica: 'Song Sung Blue' é expressão máxima do talento de Hugh Jackman e Kate Hudson

  • Foto do escritor: Matheus Mans
    Matheus Mans
  • há 1 hora
  • 2 min de leitura

Mike (Hugh Jackman) e Claire (Kate Hudson) não são artistas de renome internacional. Pelo contrário. Os dois, conhecidos como Lightning e Thunder, eram na verdade dois imitadores. Nos palcos de shows pelo mundo, cantavam músicas de Neil Diamond ("sweet Caroline, tan-tan-tan") e se tornaram, assim, sucesso por onde passavam. Até que um infeliz acidente tirou os dois da jogada por algum tempo, jogando-os temporariamente em um cenário cruel de ostracismo e até mesmo vício em remédios.


Essa é a história central de Song Sung Blue, sensível longa-metragem que chega aos cinemas brasileiros em janeiro. Dirigido pelo americano Craig Brewer (do remake de Footloose), o longa-metragem conta a história desses dois sem julgamentos. Afinal, o cineasta é um inveterado amante de artistas locais, marginalizados, esquecidos, caídos no ostracismo. Nesta espécie de cinebiografia, ele quer contar a história deles de forma limpa, honesta e direta ao ponto, celebrando a arte dos dois e o amor que os unia.


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E isso funciona bem. Song Sung Blue não é genial em momento algum -- longe disso. É um filme arroz com feijão, mas que sabe o que quer e como quer contar isso. A jornada dos dois protagonistas, aliás, já é cinematográfica por natureza, permitindo que Brewer trate tudo com naturalidade. Nada de exageros. A história simplesmente vai acontecendo e, sem pirotecnias, sabe emocionar e, além disso, surpreender de fato.


Aliás, de tão surpreendente é essa história que é impossível não sentir tons de artificialidade aqui e ali,. É o famoso "bizarro demais pra ser verdade". Não há muito que Brewer pudesse fazer para evitar isso ou até mesmo os toques dramáticos que chegam quase com ar de novelão. É a vida como ela é. Claro que poderia arranjar uma saída como no excepcional Garra de Ferro, que trata as tragédias como maldição. Mas não é algo urgente ou realmente necessário. A história continua sendo boa e impactante.



Aliás, Hudson e Jackman estão brilhantes. Ele está livre, leve e solto nesse papel que lhe é tão característico -- há momentos dramáticos intensos para colocar tudo que vimos em Os Suspeitos em jogo, mas também há espaço para o lado musical brilhar, como já foi visto tantas vezes na Broadway ou em filmes como O Rei do Show. Astro completo.


Mas é Hudson que rouba a cena. No melhor trabalho da carreira (sim, melhor do que Quase Famosos), ela mostra que é muito melhor do que as comédias românticas às quais foi condicionada ao longo do tempo. Dramática quando precisa, leve e musical mesmo quando tudo desaba. É impressionante como está leve em cena. Ajuda o filme a passear por gêneros e é ela quem segura tudo quando o drama chega avassalador.


Song Sung Blue, assim, é mais uma surpresa na temporada de premiações. Musical na medida certa, surpreendentemente dramático, inesperadamente divertido. É o filme para ficar de olho e que pode surpreender. Se houver justiça no mundo, Hudson vai ser, ao menos, indicada para Melhor Atriz. É o mínimo que ela e o filme merecem.


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