Com o recente lançamento da Disney, Capitã Marvel, retoma-se o debate do papel da mulher no cinema, principalmente quando retratada como super heroína -- algo bastante raro se pararmos para analisar toda a trajetória dentro deste universo. Poucos dias depois, quem chega em cartaz é Suprema, filme que, de certa forma, também conta a história de uma mulher poderosíssima que, muitas vezes, teve sua força menosprezada por conta de seu gênero e ficou na sombra de outros homens.
Trazendo uma história de extrema importância, num momento em que o Brasil elegeu como Presidente da República um homem declaradamente machista, Suprema conta a história verídica de Ruth Ginsburg, que teve sua vida recentemente contada no documentário RBG, indicado ao Oscar. O longa metragem dirigido por Mimi Leder (O Pacifista) retrata sua ascensão até integrar a Suprema Corte Norte-Americana, ainda que seja obrigada a enfrentar obstáculos revoltantes durante o caminho.
Estrelado por Felicity Jones (Rogue One e A Teoria de Tudo), o filme tem semelhanças com Estrelas Além do Tempo, destacando as mulheres como minoria num ambiente dominado, em todos os sentidos, por homens. Com uma presença forte, Jones permite que o espectador saiba que Ruth Ginsburg era uma excelente advogada e uma pessoa bastante ambiciosa. Casada com Martin, interpretado por Armie Hammer (Me Chame Pelo Seu Nome), o rapaz é um advogado de sucesso, mas que não tira o brilho de Ruth. Diferente de outros homens que a cercam, ele lhe dá grande suporte, inclusive entregando-lhe um caso que a permite batalhar contra leis que favorecem a discriminação de gênero.
Com um vocabulário bastante específico, utilizando termos jurídicos e nem sempre tão conhecidos do público, o filme pode ser um pouco cansativo. No entanto, o que o filme faz é demonstrar como o machismo, seja ele sutil ou não, está presente na vida das mulheres -- do começo ao fim. De extrema relevância, Suprema chega aos cinemas para reforçar a importância do feminismo e sua luta.
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