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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Tal Pai, Tal Filha' é bom filme de comédia da Netflix


Se tem um gênero que a Netflix tem dificuldade de emplacar é a comédia. Ainda que seus dramas também sejam de gosto duvidoso, a plataforma de streaming tem muita dificuldade em causar riso sincero. A maioria de suas produções do gênero, afinal, recai sobre a figura de Adam Sandler e pouquíssimos filmes contam com uma boa qualidade -- Lá Vêm os Pais foi o melhor da safra. O novo Tal Pai, Tal Filha, porém, ajuda a elevar o nível.

Dirigido por Lauren Miller Rogen -- esposa do Seth, que faz uma participação --, o longa-metragem acompanha Rachel (Kristen Bell), uma executiva workaholic que é abandonada no altar após atender uma ligação da trabalho segundos antes da marcha nupcial tocar. De ressaca e sem cabeça para resolver seus problemas, ela acaba embarcando para uma viagem com o pai Harry (Kelsey Grammer), com quem não fala há 25 anos.

Como todo filme de reconciliação familiar -- como O Juiz, por exemplo --, há clichês do subgênero difíceis de escapar. Eles estão ali presentes, ao longo de todos os 100 minutos de Tal Pai, Tal Filha, dando uma sensação de que aquela história já foi vista outras dezenas de vezes. Porém, são clichês que também ajudam a dar uma sensação de familiaridade para um longa-metragem que se propõe ser leve, suave e divertido.

E é isso que Tal Pai, Tal Filha é. Não há pretensões de Lauren, que faz sua estreia no comando de um longa, em criar uma obra histórica, clássica e descomunal. É o exame, simples, divertido e direto, da relação quase inexistente entre uma filha que não consegue pensar sua vida de forma familiar e de um pai que começa a perceber como errou no passado e como está ficando cada vez mais solitário, sem apoio e sem amigos.

Para dar um ar diferenciado à história, então, a cineasta e roteirista se afasta do drama, como é típico nessas histórias, é mergulha numa comédia Sessão da Tarde. Os méritos desse clima também são de Kristen Bell (The Good Place), que consegue empregar um ar sincero à sua personagem, apesar do desenvolvimento raso do roteiro; e do veterano Kelsey Grammer (Vizinhos 2), com uma faceta dramática pouco frequente em sua filmografia.

Algumas cenas são, de fato, divertidíssimas -- como a do quizz entre casais e a relação de pai e filha com o restante dos recém-casados no navio -- e ajudam a entrar no clima.

Não há quaisquer outros aspectos técnicos ou narrativos a serem destacados em Tal Pai, Tal Filha. O resto do filme segue num mesmo tom, sem destaques, mas perfeito para entreter as pessoas em busca de uma diversão leve num momento de diversão.

 
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