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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'The Old Guard' é mais um filme inconsistente da Netflix


Não sou fã de séries. Por conta do meu trabalho em falar de filmes, acabo tendo pouco ou quase nenhum tempo para assistir a horas e horas de episódios de dezenas de temporadas. Mas não tenho dúvidas: The Old Guard seria muito, muito mais interessante em formato de série do que de filme. É uma história é complexa, de camadas e exige tempo. Coisa que não tem no longa.


Dirigido por Gina Prince-Bythewood (conhecida pelos melodramas Nos Bastidores da Fama e A Vida Secreta das Abelhas), The Old Guard se debruça sobre a história de um grupo de imortais. Eles atravessam a história, ao longo das décadas, protegendo os mais fracos e lutando as mais variadas guerras. No comando desse grupo, a centenária guerreira Andy (Charlize Theron).


No entanto, apesar dos mais variados momentos que poderia ter sido recortados neste longa da Netflix, Prince-Bythewood decide falar sobre um momento contemporâneo. O grupo está imerso em intrigas e acaba se tornando alvo de uma armadilha. O motivo? Um empresário do ramo de saúde quer usar os genes desses guerreiros imortais para encontrar a imortalidade pra todos.


Obviamente, o grande ponto central aqui é o visual. A cineasta se debruça sobre isso e, claramente, se preocupa em criar cenas frenéticas e memoráveis. Misturando espadas e armas, é difícil não se empolgar com algumas sequências e as possibilidades que se abrem nesse mundo que mistura ação, um pouco de ficção científica e aquelas narrativas épicas tradicionais.

Theron, depois de Atômica e Mad Max: Estrada da Fúria, volta a se confirmar como um dos principais nomes do cinema de ação. Ela tem força, vitalidade e sabe se entregar em cenas que impressionam. Sem dúvidas, ela é um acréscimo poderoso ao filme e dá alguns pontos a mais na história. A vontade de ver mais histórias de porradaria com ele fica só cada vez maior.


Mas The Old Guard, infelizmente, tem mais problemas do que louvores. Primeiro: a trama é complexa demais para ser abordada da forma que foi. De onde eles são? De onde vieram? Como funciona a cultura interna desse grupo? Várias respostas que seriam importantes de serem respondidas simplesmente foram deixadas de lado, causando certa confusão narrativa.


Além disso, em alguns momentos, The Old Guard mostra o passado distante desse grupo. E aí que está o "calcanhar de Aquiles" principal da produção: muitos dos momentos se mostram imensamente mais interessantes do que o filme que Greg Rucka (roteirista e autor da HQ que inspirou o longa-metragem) resolveu contar aqui. Fica uma coceira de querer ver mais. Ir além.


É nessa hora que aquela sensação, que comentei lá no primeiro parágrafo, se confirma: The Old Guard seria uma série muito mais competente. Imaginem: cada episódio dá um salto de cem anos. 150 anos. O espectador é convidado a embarcar na viagem do grupo de imortais. Seria uma produção cara, sem dúvidas. Mas seria muito mais consistente e interessante. É uma pena.

 
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