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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Todos os Meus Amigos Estão Mortos' é filme pretensioso da Netflix


Logo na primeira cena de Todos os Meus Amigos Estão Mortos, novidade original da Netflix, dois policiais chegam em uma casa em que um crime foi cometido. Eles vão entrando na residência, enumerando mais de uma dezena de corpos e tentando entender o que aconteceu. Logo em seguida, o espectador é colocado um dia antes da cena, na festa que originou essa tragédia.


Esse começo, ainda que um tanto batido em termos estéticos e narrativos, é promissor para esta comédia de suspense polonesa. Afinal, numa mistura de comédia adolescente com slasher, o espectador vai acompanhando os desdobramentos bagunçados e caóticos dessa festa e entendendo como um ambiente aparentemente banal e descontraído se tornou cena de crime.


O diretor estreante Jan Belcl vai com sede ao pote para contar essa história, com pretensões um tanto quanto absurdas. Mira no cinema de Tarantino e acerta em um Todo Mundo em Pânico -- isso mesmo, a paródia, não o Pânico original. Obviamente, Belcl não tem o talento do cineasta de Kill Bill e, ao tentar emular o estilo do norte-americano, cria um filme um tanto desconjuntado.

E os principais afetados nesse cenário são os personagens, que vão aos poucos se tornando caricaturas de si próprios. É o rapaz religioso que descobre o sexo, são as mulheres que parecem ninfomaníacas desenfreadas, a garota "good vibes" e por aí vai. São personagens com boas ideias iniciais, mas que acabam se perdendo em clichês totalmente artificiais.


No entanto, toda essa pretensão de Belcl e os problemas que decorrem disso na narrativa não estragam o filme. Pelo contrário. Apesar desses problemas, muitos deles graves para um filme, Todos os Meus Amigos Estão Mortos é um longa-metragem divertido e que proporciona algumas gargalhadas. Principalmente em como a situação vai se complicando com o passar do tempo.


Sem dúvidas, Belcl precisa baixar um pouco da bola em suas pretensões como cineasta -- oras, o próprio Tarantino começou com filmes mais "pé no chão" antes de Pulp Fiction, por exemplo. O cineasta polonês tem futuro. Mas precisa, antes de tudo, abraçar a boa qualidade em dirigir comédias num cenário caótico. No geral, temos um bom filme se assistirmos de mente aberta.

 
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