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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Trocados', da Netflix, é filme divertido, mas sem qualquer originalidade



Comédias sobre trocas de corpos não são uma novidade. Garota Veneno, Sexta-feira Muito Louca, Eu Queria Ter a Sua Vida, Se Eu Fosse Você... É um artifício simples para a comédia, colocando personagens no corpo de pessoas improváveis -- seja do cônjuge, dos pais ou até de uma pessoa aleatória do trabalho. Trocados, filme natalino da Netflix desta quinta-feira, 30 de novembro, segue justamente por esse caminho que já vimos, com a família trocando de corpos.


O pai (Ed Helms) assume o corpo do filho (Brady Noon). A mãe (Jennifer Garner) assume o corpo da filha (Emma Myers). O bebê, do cachorro. E o contrário também é verdadeiro, com filhos assumindo os corpos dos pais e o cachorro, do bebê. É um caos generalizado divertido, que vai além da maioria desses outros filmes que já vimos. Não são só dois personagens envolvidos nas trocas de corpos, mas seis -- incluindo essa improvável troca de um bebê e um cachorro.


Dirigido por McG, de filmes do nível de As Panteras: Detonando, A Babá: Rainha da Morte e O Exterminador do Futuro: A Salvação, o longa-metragem começa bem, apesar de algumas atuações desencaixadas (a filha CC, vivida por Emma Myers, demora a engrenar na personagem quando está no corpo da mãe). O primeiro dia de troca é realmente engraçado, com os personagens tentando encontrar o tom ideal de suas novas realidades bem particulares.



Obviamente, o roteiro de Victoria Strouse e Adam Sztykiel, inspirado no livro Amy Krouse Rosenthal, não tenta fugir muito do padrão que já conhecemos, colocando todas as situações absurdas acontecendo ao mesmo tempo. É o alinhamento dos planetas (de novo essa bobagem?), os filhos que odeiam a rotina dos pais, os compromissos importantes em um só dia.


Passando por cima dessas coincidências absurdas de roteiro, Trocados encontra situações que são realmente divertidas, como o jogo de futebol desastrado, o caos na reunião de trabalho (apesar das piadas escatológicas no final), a conversa com a menina pela qual o filho é apaixonado. São situações absurdas e que convencem, justamente, pela tosquice genuína.


O grande problema é que o longa-metragem não vai além. Trocados fica investindo nas mesmas histórias o tempo todo, em um ciclo sem fim. Isso acaba desembocando em uma conclusão repleta de mensagem de autoajuda, provocando aquela reflexão de que família precisa ser unida, que todos precisam compreender a complexidade da vida dos outros e por aí vai. É algo importante, claro, mas que acaba recaindo nas mesmas mensagens de sempre. Já vimos isso.


Trocados, assim, até pode ser divertido (e é), mas acaba não trazendo nada de novo. Desde o nascimento da trama até sua mensagem final, vemos apenas coisas que se acumulam em nossa memória sobre "trocas de corpos". Pelo menos Ed Helms e Jennifer Garner conseguem entregar bons momentos, deixando o longa-metragem alguns pontos acima da média.


 

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