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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Tudo Bem no Natal que Vem' é filme de Natal despretensioso da Netflix


Depois de algumas grandes bilheterias nos cinemas brasileiros, como O Candidato Honesto e Até que a Sorte nos Separe, o ator e comediante Leandro Hassum assinou um contrato com a Netflix para produção de filmes exclusivos para o serviço de streaming -- mais ou menos como Adam Sandler faz. E agora chega o primeiro longa dessa parceria: Tudo Bem no Natal que Vem.


Dirigido por Roberto Santucci e roteirizado por Paulo Cursino (parceiros do comediante em O Candidato Honesto, por exemplo), o longa-metragem conta a história de um homem (Hassum, é claro) que fragmenta sua memória. Em toda celebração de Natal, ele se esquece do que fez no restante do ano. Enquanto isso, no restante do ano, não se lembra do que houve no Natal.


Dessa forma, cria-se dois protagonistas. Um, oculto, que vive a vida normalmente. O outro que surge, de forma contínua, no Natal. São duas personalidades, já que um se desenvolve ao longo do tempo e o outro, preso no Natal, sente que o ano passou em um dia. É uma mistura pouca criativa de Feitiço do Tempo com Click, unindo as duas premissas numa trama pasteurizada.

Hassum está histriônico como sempre, mas divertido. Os melhores momentos são quando o ator se solta e improvisa -- a cena em que ele fala sobre o peru que o tio rouba na ceia de Natal é hilária. O roteiro de Cursino, brega e previsível, apenas o engessa. Seria muito mais interessante, e divertido, se a maior parte do longa-metragem fosse mais livre, original, solto.


Além disso, Tudo Bem no Natal que Vem comete um erro muito similar à Não se Aceitam Devoluções, outro filme recente de Hassum: a dificuldade em dosar drama e comédia. Cursino pesa a mão no ato final. Ainda que seja um acontecimento "reversível", dada a lógica da trama, é exagerado, é tosco. Não combina com tudo que tinha sido mostrado até então. É drama barato.


Teria sido muito mais legal e divertido se Cursino e Santucci tivessem seguido a proposta original, de mostrar alguém sempre preso em um Natal com fortes características brasileiras -- o cunhado pedindo dinheiro, as brigas de família, os mercados lotado, as brigas por presentes. Quando cai no melodrama, o filme perde muito de sua força cômica. Fica qualquer coisa.


Dessa forma, o longa-metragem deve causar duas reações bem distintas. Um público, que já gosta dessas outras produções citadas de Hassum, vai se entregar à trama, rir bastante e passar o tempo. Outro público, que não é tão fã do ator, vai se entediar e se exaurir com essa história que erra a dosagem de drama e comédia. Assim, no final, é um filme de Natal regular.

 
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