Quando falamos em filmes inspirados em videogames, já dá um frio na espinha. Afinal, são pouquíssimos os casos (ou melhor, existe algum?) que realmente funcionam na telona. Felizmente, porém, Uncharted: Fora do Mapa quebra a maldição e faz um filme divertido, sem muito compromisso, que funciona como passatempo nos cinemas, com pipoca e refrigerante.
Na trama, acompanhamos Nathan (Tom Holland), um rapaz apaixonado por história por conta do irmão mais velho e que, no momento, vive de pequenos golpes. Sua vida vira de cabeça para baixo, porém, quando ele cruza o caminho de Victor (Mark Wahlberg), um homem que quer roubar uma cruz, que será vendida num leilão, e pode abrir o tesouro de Fernão de Magalhães.
A partir daí, começa uma verdadeira mistura de Indiana Jones com qualquer outra história de Dan Brown. Afinal, há a aventura de buscar esse tesouro escondido, enquanto o roteiro de Rafe Judkins (A Roda do Tempo), Art Marcum (Homem de Ferro) e Matt Holloway (MIB: Homens de Preto - Internacional) brinca com teorias da conspiração e tramas histórias rocambolescas.
Não há qualquer sopro de inventividade aqui, tampouco uma direção ousada de Ruben Fleischer (Zumbilândia). Uncharted: Fora do Mapa segue o arroz com feijão para entregar um resultado satisfatório. E isso funciona: as quase duas horas passam voando, com essa mistura de aventura, ação e comédia, com vilões (Antonio Banderas, Tati Gabrielle) óbvios, mas funcionais.
Holland faz um tipo bem parecido com Peter Parker, com as mesmas sacadas cômicas e ingenuidade em alguns momentos -- deve ser toques de Marcum no roteiro. Wahlberg está mais Nathan Drake do que Holland, com uma vitalidade curiosa, e isso acaba rendendo bem para a trama: apesar das possibilidades jogando contra, a dupla consegue apresentar afinidade na tela.
Enfim: Uncharted: Fora do Mapa não é a redescoberta do cinema, tampouco pode ser considerado um filme memorável. Segue o básico, mas faz isso bem feito. Não vai mudar sua vida, mas pelo menos entregará duas horas divertidas dentro do escurinho do cinema. Ah, e quem sabe não seja um primeiro novo passo para as adaptações de videogames, não é mesmo?
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