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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Velozes & Furiosos 9' abraça o ridículo em trama caótica e divertida


Viagens espaciais, imãs superpoderosos, jatos sônicos. Todos esses elementos poderiam ser de uma saga de ficção científica, mas na verdade saíram das mentes criativas por trás de Velozes & Furiosos 9. Estreia dos cinemas desta quinta-feira, 24, o longa-metragem encontra na galhofa, e até no ridículo, uma forma de se destacar frente ao que já foi apresentado em oito outros filmes.


Afinal, qualquer franquia tem um problema inerente: o novo filme precisa ser melhor que o anterior. Sempre. Enquanto sagas como Star Wars, Harry Potter ou Marvel vão melhorando ou aprimorando o roteiro, ou deixando as histórias mais complexas, Velozes & Furiosos apostou no que tem como arma: a ação. A franquia foi escalando o tom, deixando as coisas mais absurdas.


Aqui, acompanhando esse tom exagerado e ridículo da história, acompanhamos Dominic Toretto (Vin Diesel) entrando numa nova empreitada de espião quando Jakob (John Cena), um fantasma do passado, ressurge em sua vida. A partir daí, e contra esse vilão improvável, ele e sua equipe precisam resgatar um artefato poderoso que pode simplesmente acabar com o mundo inteiro.


Com 2h25 de duração, Velozes & Furiosos 9 é exagerado em todos os sentidos. A ação, como já dito antes, abraça o ridículo -- não é à toa que o personagem de Tyrese Gibson até brinca com esse absurdo todo. No entanto, o diretor Justin Lin (Star Trek: Sem Fronteira) sabe disso e não tenta colocar uma carga séria no longa-metragem. O tom do filme é de leveza e de diversão.

Enquanto isso, porém, outros exageros não são tão positivos. A duração atrapalha a experiência geral do público, já que poderia ter tranquilamente 30 minutos a menos. Há um excesso de subtramas também, que nem sempre se resolvem bem. A única realmente interessante é sobre a relação de Dom e Jakob -- rendendo alguns flashbacks bons, mas com atores mal escolhidos.


Além disso, aquele problema de sempre: atores ruins. Diesel, como usual, está terrível. Simplesmente não consegue ter uma única expressão diferente. Michelle Rodriguez tem o mesmo problema. O excelente humor físico de Cena nunca é aproveitado, enquanto Charlize Theron é completamente desperdiçada em um papel sem brilho e sem qualquer carisma.


No final, fica a certeza de que Velozes & Furiosos 9 é um filme para quem gosta da franquia. Quem nunca viu nada da saga da "família" mais importante do cinema desde os Corleone (alô, ironia!) ou não gosta do tom que a franquia ganhou desde o quinto filme ("This is Brazil!") vai entender a produção apenas como um amontoado de bobagens sem sentido ou coerência.


Mas no fundo, bem no fundo, Velozes & Furiosos 9 é tudo que muita gente precisa nesses tempos bicudos. É descompromissado, é fora da realidade. Vai literalmente para o espaço, em uma das cenas mais absurdas do cinema recente. O segredo aqui, sem dúvida alguma, é embarcar no non sense, esquecer da lógica e aproveitar todos os erros nessa produção.

 

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