top of page
Buscar
  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Uma Boa Pessoa', no Prime Video, traz boa história sobre redenção e luto


Fui assistir ao filme Uma Boa Pessoa, estreia desta quarta-feria, 31 de agosto, no Amazon Prime Video, com bastante curiosidade. Afinal, o longa-metragem une um trio improvável: Florence Pugh (Oppenheimer, Viúva Negra), Morgan Freeman (Conduzindo Miss Daisy, Seven) e, na direção e roteiro, Zach Braff, ex-namorado de Pugh e conhecido por comédias (Despedida em Grande Estilo, Scrubs). Qual seria o resultado de uma união tão diversa e, claro, improvável?


Felizmente, o resultado deu certo. O longa-metragem une uma mesma tragédia a partir de dois pontos de vista: depois de um acidente de carro que mata duas pessoas, acompanhamos o processo de luto da motorista e cunhada de uma das pessoas mortas (Pugh) e, também, do pai (Freeman) dessa mesma mulher, precisando cuidar da filha do casal morto e lidar com a perda.


É, assim, um filme com uma forte carga dramática que não só mostra o drama desses personagens, como também avalia os diferentes processos de luto. Vício em bebidas, vício em remédios, afastamento, depressão, agressividade. Tudo isso surge em Uma Boa Pessoa, que vai exibindo as diferentes reações, sem nunca questionar exatamente o que os personagens estão sentindo. O filme de Braff acredita nas emoções. Só tem interesse, de fato, em registrar.

O cineasta e roteirista, assim, se revela competente. Não tem nenhuma característica exatamente excepcional em seu trabalho (só comparar com a forma que Wes Anderson fala sobre luto em Asteroid City, por exemplo), mas tudo é realmente competente. Há cuidado, principalmente, na forma em que Braff lida com o desconhecido que é a emoção do outro. Há excessos aqui (duas cenas desnecessárias, longo demais, etc), mas nada que aniquile o filme.


Afinal, além da direção competente de Braff, ainda há um trabalho muito acima da média de Pugh (como já é de se esperar) e Freeman. Sobre o ator, ele continua com vigor mesmo aos 86 anos. Sabe como ser terno em uma cena e rigoroso, quase violento, em outra. Já Pugh não tem jeito: ela é a grande atriz de sua geração. Mesmo com textos sem muita profundidade, ela sabe como se colocar em cena. Acreditamos em Allison, sua personagem. Sofremos por ela.


No final, o filme vai mostrando um certo cansaço -- de novo, não precisava ter mais de duas horas, como tem. Muitos temas se repetem e algumas conexões, que surgem para garantir a duração longa, são dispensáveis. Ainda assim, Uma Boa Pessoa é um bom filme: competente nos temas que aborda, sensível em suas histórias e com boas atuações. Vale a visita.

 

1 comentário
bottom of page