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Foto do escritorMatheus Mans

'É o que queríamos na série', diz Rodrigo Lombardi sobre 'Carcereiros'


Rodrigo Lombardi não foi o primeiro escolhido para viver Adriano, o carcereiro que protagoniza os momentos de tensão da série e, agora, do filme Carcereiros. Era Domingos Montagner que encarnaria o personagem. No entanto, uma tragédia com o ator aconteceu e Lombardi, de férias de uma novela, acabou sendo escalado de última hora. "Tive só duas semanas pra me preparar", disse Lombardi em coletiva de imprensa.

Hoje, dois anos depois da primeira temporada e com o filme chegando às telonas, o personagem Adriano evoluiu. Segundo Lombardi, a preparação aconteceu, de fato, na frente das câmeras. "As camadas do personagem foram sendo construída aos poucos. O jeito que ele anda na primeira temporada não é o mesmo jeito do filme, da última temporada", diz o ator. "O Adriano, sem dúvidas, aprendeu a sobreviver na profissão".

No longa-metragem, que chega aos cinemas em 28 de novembro, o carcereiro interpretado por Rodrigo Lombardi ganha novos desafios. Um terrorista internacional (Kaysar Dadour) é mandado para o presídio de Adriano. Só vai passar uma noite. No entanto, durante a madrugada, homens fortemente armados invadem o presídio e começam uma chacina. É aí que Lombardi fará de tudo para proteger os seus colegas.

Segundo o ator, o filme é um conjunto de coisas represadas nesses dois últimos anos. "Tinha várias coisas que a gente queria fazer durante a série e a gente não podia. Precisávamos seguir o formato da produção", conta Lombardi. Além disso, os roteiristas revelaram que este filme seria o primeiro episódio da segunda temporada. No entanto, a ideia acabou evoluindo. "Estava na hora de ir pro cinema", resume o protagonista.

Desafios da profissão

Uma coisa que fica clara -- tanto nos cinemas, quanto nas telinhas -- é a dificuldade da profissão de carcereiro. Mais do que manter a segurança do presídio, o profissional precisa negociar com alas, facções e, assim, controlar a paz do ambiente. "Queria falar desse profissional que fica entre o Estado e presidiários", conta o diretor José Eduardo Belmonte. "É uma profissão, afinal, que tem a palavra como o seu elemento de força".

Além disso, fica claro como o carcereiro é um personagem esquecido por todos os poderes -- algo muito claro no livro de Drauzio Varella, que inspirou todas as produções seguintes. Já foi produzido, além da série e do longa de ficção, um ótimo documentário.

"Os carcereiros são pessoas esquecidas pelo Estado e que, por isso, anda o tempo todo no fio da navalha de dois incompetentes: o governo e o crime organizado", comenta Fernando Bonassi, um dos roteiristas do longa-metragem, junto com Marçal Aquino, Dennison Ramalho e Marcelo Starobinas. Nisso, Lombardi complementa: "acho que o crime organizado é bem menos incompetente do que o Estado nesse caso".

 

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