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  • Foto do escritorMatheus Mans

No streaming: 'Internet: o filme' causa apenas constrangimento


Depois da onda de livros, estamos entrando em um momento ainda mais complexo e curioso: os filmes sobre os youtubers, as estrelas da rede de vídeos YouTube. Depois da estreia da Kéfera em É Fada!, do péssimo Porta dos Fundos - Contrato Vitalício e do fracasso de Christian Figueiredo em Eu Fico Loko, chegou a vez das principais estrelas do site de vídeos se unirem em Internet: o filme, um das produções nacionais mais confusas, sem objetivo e sem graça dos últimos anos.

No filme, dirigido pelo estreante Filippo Capuzzi Lapietra, acompanhamos um conjunto de esquetes que dão destaque para diferentes youtubers. Assim, elas tentam mostram a rotina dessas celebridades virtuais por meio de festas, conversas, brincadeiras e, é claro, intrigas e desafios. Para tentar dar um senso de união às histórias, tudo se passa em um evento para youtubers em um hotel -- fazendo com que essas esquetes funcionem como fragmentos do cotidiano, como os filmes de Monty Python.

Aqui, porém, a comédia não chega aos pés do humor visto nos filmes do grupo britânico: em Internet, o filme, vemos um conjunto de situações que tentem ser engraçadas, mas que não passam de vergonhosas. Roteirizada por Mirna Nogueira, Dani Garuti e Rafinha Bastos (que chegou a falar que o filme seria o Relatos Selvagens brasileiro), grande parte das histórias não contam com qualquer sentido e, grande parte delas, possuem piadas de mal gosto e até preconceituosas -- uma delas, envolvendo um desafio, é absurda de tão racista.

Além disso, as atuações estão péssimas. Afinal, grande parte dos que estão ali em cena não são atores, mas apenas youtubers. Não faz sentido delegar o papel de segurar uma trama e, em alguns dos casos, carga dramática para eles. Youtubers sabem conversar com a câmera em seus quartos, salas ou em pequenos estúdios. Contracenar com outras pessoas e passar emoções não é o forte deles -- ainda mais para o péssimo Gusta Stockler, que acaba tendo o peso de protagonista.

E o filme, pelo visto, não é ruim apenas para quem não é o público dos youtubers (como é o meu caso, aliás): Internet, o filme é a pior bilheteria de uma produção de youtubers. Em sua primeira semana, o filme da Kéfera levou 1,5 milhão de pessoas às salas de cinema; Eu Fico Loko contou com 475 mil; e o Porta dos Fundos, 380 mil. Enquanto isso, em sua primeira semana, o filme que reúne os astros do YouTube levou apenas 230 mil pessoas às salas de cinema.

Sorte de quem não foi. Afinal, só dá para rir (moderadamente, diga-se de passagem) em três ou quatro cenas -- uma envolvendo o próprio Rafinha Bastos, outras envolvendo Catra e a Palmirinha. E sorte, também, de Kéfera e Whindersson Nunes, astros do YouTube e que não toparam participar dessa bomba que coloca em dúvida o futuro dos youtubers nas salas de cinema.

Para quem quiser arriscar, o filme está disponível no Google Play e no iTunes.

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