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  • Foto do escritorMatheus Mans

Opinião: ranking do pior ao melhor do Oscar em 2018


Após assistir todos os indicados do Oscar, impossível não fazer uma lista mental com seus filmes preferidos da temporada. É natural. Afinal, já está na hora de escolher seu favoritos e torcer na noite de premiação. O Esquina, então, resolveu elencar os melhores filmes das categorias principais -- Melhor Filme, Diretor, Ator, Atriz e Ator e Atriz Coadjuvante. São 13 produções, elencadas das piores -- o que não significa que são ruins, claro -- para as que consideramos melhores.

Vale ressaltar que, como já fizemos críticas de todos os indicados e também preparamos um amplo material com apostas dos colaboradores, tomei a liberdade de tornar esse ranking algo mais pessoal.

Mas claro, não esqueça de comentar ao final do texto com seus preferidos! É importante para sabermos o que nossos leitores acharam da temporada.

13. Roman J. Israel

Ganhou uma única indicação para Denzel Washington na categoria de Melhor Ator. E os motivos para não ter tido mais espaço na premiação são claros: o filme de Dan Gilroy (de O Abutre, seu primeiro filme) é preguiçoso e extremamente irregular. Ainda que Denzel esteja, de fato, incrível, a história não consegue avançar de maneira satisfatória e fica apenas na superfície, por mais interessante que ela seja. É morno, esquecível e muito fraco. Mereceu a esnobada.

12 O Destino de uma Nação

Apesar de nosso colaborador Domenico Minervino considerar que O Destino de uma Nação ainda está vivo na disputa por Melhor Filme, acredito que ele nem deveria estar aqui. Sim, o longa tem atuação arrebatadora de Gary Oldman e alguns momentos de grande emoção, como o discurso final. Mas para por aí. Com orçamento limitado e direção pouco corajosa de Joe Wright (Peter Pan), falta fôlego para se tornar inesquecível. Se não fosse Oldman, seria um filme pra TV.

11 Eu, Tonya

Muitos amaram esse filme de Craig Gillespie, do irregular Horas Decisivas -- aliás, nossa colaboradora rasgou elogios. Mas o filme tem problemas graves. Primeiro: contar a história em formato de documentário é interessante, mas acaba sendo esquecida e cria um buraco narrativo. E a dor de Nancy Kerrigan não recebe atenção. Tonya sofreu muito em vida, mas justifica o ocorrido? Cadê o lado de Nancy? O longa se propõe a dizer verdades, mas não avança. Não deu.

10 Mudbound

Aposta da Netflix da temporada, Mudbound -- Lágrimas sobre o Mississipi acabou perdendo fôlego nos minutos finais da corrida, ganhando apenas quatro indicações. E isso é muito compreensível. Ainda que o filme tenha grandes qualidades, como as atuações precisas de grande parte do elenco e uma trilha excelente, Mudbound acaba se perdendo com um final novelesco demais e sem conclusões claras para o espectador. Fica uma sensação de que faltou algo.

9 Lady Bird

Lady Bird é o filme mais “inho” da premiação. É bonitinho, é divertidinho e bem feitinho. Mas fica por aí. Greta Gerwig faz uma boa estreia na direção de longas, mas não justifica a sua indicação -- Martin McDonagh e Luca Guadagnino mereciam muito mais. E o filme, como já disse, é bem feito. Passa bem a sensação de “sem rumo” na transição da adolescência pra vida adulta e conta com boas atuações de Saoirse Ronan e Laurie Metcalf. Mas não é esse esplendor todo.

8 The Post

The Post é um filme feito para o Oscar. Ainda que tenha o selo de qualidade de Steven Spielberg, o longa-metragem tem todos atributos que os votantes da Academia adoram e louvam, como a história real, extremamente americana e grandes atores no protagonismo. Só que, assim como Mudbound, o final derrapa, indo para um patriotismo forçado. A cena da ligação e a que Meryl Streep desce uma escada rodeada por mulheres são bregas e te tiram da projeção.

7 Corra!

A grande surpresa -- e zebra -- dessa edição do Oscar, Corra! tem todos os méritos para estar onde está. Tudo aqui funciona: desde a direção criativa de Jordan Peele, que merece a indicação na categoria, passando por elenco afinado e a trama importantíssima, que ecoa em graves problemas sociais dos Estados Unidos e do resto do mundo. Claro, o filme tem uns probleminhas, como a cena brega da hipnose e alguns personagens subaproveitados. Mas é muito bom.

6 Dunkirk

Filmaço de Christopher Nolan, Dunkirk merece todo o espaço que recebeu. Afinal, o diretor de A Origem reconstruiu, nos detalhes, grandes momentos da batalha de Dunquerque -- que, curiosamente, não foi traduzida pro título nacional. É um daqueles filmes de guerra que te transportam para o centro do conflito e que te faz abaixar a cabeça com o som de um avião. Mas falta um pouco de história. E o caos da narrativa em nada faz diferença. Só pra mostrar que o roteiro é complexo.

5 Trama Fantasma

Agora a coisa começa a ficar boa, com filmes que considero impecáveis ou com poucos erros. Trama Fantasma é o primeiro deles, que só não está mais à frente por conta do ritmo lento demais. Mas é um primor de filme. Paul Thomas Anderson dá uma aula de como criar e desenvolver um personagem, transformando-o em algo extremamente real. E que atuação de Daniel Day-Lewis! É um monstro que, se se aposentar de fato, será uma perda enorme pro cinema. Mas fecha com chave de ouro.

4 Me Chame Pelo Seu Nome

Outro que peca pela lentidão exagerada em alguns pontos e, de fato, poderia ter uns quinze minutos a menos. Mas que filme! Há tempos não via um romance se retratado na tela de maneira tão delicada, real e elegante. Mérito de Luca Guadagnino, que conseguiu criar uma história sem exageros e feita “no ponto” -- e com direito a uma cena que já está se tornando clássica. É um filmaço e que merecia mais prêmios -- infelizmente, deve ficar só com o de Melhor Roteiro Original.

3 A Forma da Água

Filme de Guillermo del Toro, A Forma da Água é o grande favorito para levar tudo do Oscar: desde melhor filme, passando por melhor diretor e indo até melhor design de produção. E é um filmaço mesmo. O cineasta mexicano conseguiu criar uma atmosfera envolvente e, com bons atores ao seu lado, fez uma pérola cinematográfica. Mas convenhamos: este não é o melhor filme de Del Toro e nem o melhor da edição 2018 do Oscar. É muito bom, mas não merece ganhar.

2 Projeto Flórida

A meu ver, é o maior injustiçado do Oscar. Afinal, A Ghost Story e Mãe, que também tinham chances de carregar esse título, nem foram cogitados a nada. Projeto Flórida, no entanto, estava com força para ir à frente. Só que a temática delicada aos americanos acabou por tirá-lo da competição. É uma pena. Afinal, o longa-metragem de Sean Baker (Tangerines) é delicado, ousado, inteligente. Comete excessos, mas nada que atrapalhe a experiência. É um filmaço.

1 Três Anúncios para um Crime

Não adianta, não tem pra ninguém. Três Anúncios para um Crime é um filme completo e pronto pra ser lembrado por muito tempo. Os atores estão excepcionais, sem nenhuma ponta solta. O roteiro é genial. E a direção de Martin McDonagh, que foi injustiçado em sua categoria, faz o que precisa: não investe em firulas e deixa o elenco brilhar. Não tem erros, não tem exageros, não tem falhas. Merece ganhar o Oscar e já figura entre os melhores do ano.

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