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  • Foto do escritorMatheus Mans

Opinião: Reabertura dos cinemas ainda em julho é temeridade contra saúde pública


O lobby venceu. Depois do governo do estado de São Paulo (tudo em minúsculas, dada a covardia do governador) dizer que iria adiantar a reabertura das salas de cinema, a volta do espaço cultural deverá acontecer na próxima segunda, dia 27. Enquanto isso, o Brasil continua firme e forte na marca assustadora de mais de 1 mil mortes por dia. E sim, teremos cinema.


E como forma de tentar animar o público para voltar às salas, exibidores e distribuidoras estão fazendo um marketing agressivo. Falam que querem voltar quando for seguro e, ainda por cima, divulgaram uma pesquisa dizendo que os jovens estão ansiosos pela volta dos cinemas -- o que o jornalista Thiago Borbolla mostrou, em seu Twitter, ser uma grande e inacreditável falácia.


Assim, estamos vivendo um período inacreditável no Brasil. A pandemia não deixa de avançar ou, pelo menos, não está reduzindo. A economia venceu. As coisas estão reabrindo e a saúde público entrou em segundo plano. Reabrir cinemas, neste momento em que mais de mil mortes ao dia ainda é uma realidade, é um absurdo. Um crime. Uma temeridade contra a vida.


Neste momento, o poder público deveria estar trabalhando em prol da vida. Preocupado em conter a destruição de famílias, de histórias e o fim de indivíduos. Mas não. O que está acontecendo é um trabalho em prol de empresas, que desde o começo da quarentena não se importaram com público. Caro leitor, lembre dessas companhias. Elas não se importaram.


Agora, insistem com uma campanha chamada #JuntosPeloCinema. Bobagem! Temos que estar juntos pela vida, contra o coronavírus. Colocar pessoas em uma sala fechada, sem circulação de ar, por duas horas? É essa a solução de empresas em um momento em que vivemos tantas mortes? É triste, é decepcionante. Onde estavam essas empresas durante toda a quarentena?


Aqui no Esquina, a #JuntosPeloCinema não tem vez. Amamos o cinema, amamos filmes. É isso que nos move. Mas enquanto essas empresas continuarem ignorando o caos que existe aí fora e lutando apenas para se manterem, não terão espaço aqui. Se filmes estrearem no dia 27 vamos ignorar. E só voltaremos a falar quando a situação estiver minimamente controlada.

 
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