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  • Foto do escritorMatheus Mans

Qual o possível legado de 'Vingadores: Guerra Infinita'?


Todo mundo que assiste Vingadores: Guerra Infinita consegue perceber que não está vendo um simples filme. É muito mais do que isso. É um evento, um marco no cinema mundial, já que nada parecido com isso tinha sido feito na sétima arte. E os resultados estão positivos, com bilheteria que está chegando, em tempo recorde, à marca do US$ 1 bilhão. Mas o que esse filme, dada a sua importância e a sua história, deixará de legado para o cinema como um todo?

Você se lembra de Homem de Ferro, lá em 2008? Muita gente não acreditava no potencial do filme. Afinal, Homem-Aranha e X-Men, queridíssimos pelo público, tinham ido da glória ao lixo com terceiros filmes de suas franquias. Do lado da DC, o Superman chegou ao fundo do poço com o esquecível filme de 2006. Só o Batman que estava no ápice, mas com a diferente e ousada abordagem de Christopher Nolan. Quem acreditava, então, em um herói pouco conhecido?

A Marvel, sem dúvidas, acreditou desde o começo e deixou isso claro. Além de apostar em um elenco de ponta com Robert Downey Jr, Gwyneth Paltrow e Jeff Bridges, a empresa já colocou em ordem seu planejamento. Escondido na cena pós-créditos, que ainda era uma prática pouco comum da indústria, a Marvel colocou Nick Fury, interpretado por Samuel L. Jackson, informando Tony Stark de que a coisa era muito maior do que parecia. Muito mais complexa.

Depois disso, a Marvel foi construindo seu universo aos poucos, incrementando com novos personagens, novas tramas, novas abordagens. Errou com Thor, acertou grandiosamente com Guardiões da Galáxia e, recentemente, com Pantera Negra. Mas nunca deixou de pôr um tijolo por vez até chegar ao primeiro Vingadores, que reuniu um elenco sem precedentes no cinema até então. E agora consegue fazer história com o desfecho desse planejamento de uma década.

Não há nada parecido no cinema com isso. A DC se atropelou com seus heróis e não teve sucesso com Liga da Justiça. Não é à toa que já deixou claro que vai reformular totalmente o planejamento feito às pressas. A Universal tentou, de maneira torta, também criar um novo universo com seus monstros -- começou com A Múmia, de Tom Cruise, e iria para os outros famosos em seguida. Mas o resultado foi tão pífio que a ideia já foi deixada de lado e está sendo repensada.

Mas, como tudo na história do cinema, é impossível que os grandes estúdios não continuem a perseguir a ideia de universos compartilhados. O público gosta de ver tramas grandiosas -- a grana que Vingadores está arrecadando está aí para provar isso. Mas também, por um outro lado, também mostra que não dá para sair unindo personagens e histórias à torto e à direito sem um planejamento minimamente parecido que a Marvel teve na última década. É preciso organização.

Por enquanto, não há nada parecido sendo feito no cinema. As empresas que possuem o material -- DC e Universal -- estão estagnadas. Mas, sem dúvida, o impacto que Guerra Infinita e, provavelmente, o quarto filme de Vingadores vai causar será o bastante para tirar os grandes estúdios do lugar. Talvez provocar a parceria estratégica de alguns deles, um rompimento de divisão intelectual em outros. O sucesso de Vingadores não passará batido no meio. A partir desse ponto, o nível de coesão e junção de tramas é elevado e difícil ser ultrapassado.

Na Marvel, o legado de Guerra Infinita é ainda mais amplo, é claro. A partir daqui, quando absolutamente todos os heróis se unem num só filme, o futuro de nenhum deles será igual ou parecido ao que foi visto antes -- ainda mais com a entrada da Capitã Marvel, o ser mais poderoso do universo. Serão novas histórias com um impacto que ainda é difícil de ser medido ou compreendido. Afinal, como já ressaltamos, é algo que nunca foi visto no cinema mundial.

Sem dúvidas, o cinema de blockbuster passará por novos momentos de experimentação. Mais seguros do que foi feito pela DC e pela Universal, mas que podem acabar rendendo frutos tão bons quanto os da Marvel. Não é fácil o caminho a ser seguido, nem tão óbvio. Mas é dinheiro -- muito dinheiro -- que está em jogo e que pode mudar a configuração dos lançamentos mundiais. É sentar, esperar e depois preparar a pipoca. O futuro parece divertido e promissor.

 

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