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  • Foto do escritorMatheus Mans

Ranking: os cinco melhores filmes de Paul Thomas Anderson


Não há dúvida alguma de que Paul Thomas Anderson é o melhor diretor em atividade. Dono de um talento sem fim, ele comandou longas que marcaram os cinemas e definiram novos rumos para a sétima arte, conquistando uma legião de fãs e uma grande expectativa em torno de suas novas obras -- como ocorre agora com Trama Fantasma, que estreia nesta quinta, 22.

O Esquina, então, aproveitou para elencar os cinco filmes mais importantes do diretor, que também é uma boa indicação para os que desejam se arriscar no obra de PTA pela primeira vez. Claro, em se tratando de Paul Thomas Anderson, coisas boas ficaram de fora. Mas é o preço por ter uma filmografia tão coesa e impactante. E não esqueça de comentar qual é o seu filme preferido!

5. Trama Fantasma

No glamour da cidade Londres dos anos 1950, o renomado costureiro Reynolds Woodcock (Daniel Day-Lewis, impecável) e sua irmã Cyril (Lesley Manville) estão no centro da moda britânica, vestindo a realeza, estrelas de cinema, herdeiros, socialites, debutantes e damas com o distinto estilo da Casa de Woodcock. Mulheres vem e vão na vida do costureiro, entregando inspiração e companhia ao solteiro, até que ele encontra a jovem e opiniosa Alma (Vicky Krieps), que logo se torna um acessório em sua vida como sua musa e amante. Uma vez "controlado", ele vê sua vida minuciosamente planejada ser interrompida pelo amor.

Esta é, talvez, a direção mais elegante de Paul Thomas Anderson. Os significados discretos e nas entrelinhas são ainda mais fortes aqui, dando força para a história. Ah, e quando ela faz sentido, ao final do longa-metragem, que maravilha! Tudo se encaixa e uma trama belíssima vai sendo descortinada na tela, mostrando toda a genialidade de PTA. E Daniel Day-Lewis, que faz sua despedida no mundo do cinema, cala a boca de quem não concorda que ele é o melhor ator de sua geração. Ele é preciso e se preocupa com cada detalhe de sua caracterização, indo desde a maneira que pega o óculos até o modo de dar risada. É genial.

4. O Mestre

Com o fim da 2ª Guerra, Freddie Quell (Joaquin Phoenix) tenta reconstruir a sua vida. Traumatizado pelas experiências em combate, ele sofre ataques de ansiedade e violência, e não consegue controlar seus impulsos sexuais. Um dia, ao acaso, ele conhece Lancaster Dodd (Phillip Seymour Hoffman), líder de uma organização religiosa. Reticente no início, ele se envolve cada vez mais com este homem e suas ideias, centradas na ideia de vidas passadas, cura espiritual e até controle de si mesmo. Freddie torna-se cada vez mais dependente deste estilo de vida e das ideias de seu Mestre, a ponto de não conseguir mais se dissociar do grupo.

Aqui, por incrível que pareça, o destaque não é a direção de Paul Thomas Anderson, mas as atuações irretocáveis de Joaquin Phoenix e do saudoso Philip Seymour Hoffman. Ambos os atores conseguiram entrar de cabeça em seus personagens e impressionam pelo que mostram na tela -- principalmente Joaquin Phoenix, que assusta com as suas expressões e o modo que encarna os problemas internos de seu personagem; está irreconhecível. Agora, voltando à PTA: com O Mestre, ele provoca a sociedade ao mostrar, num roteiro cheio de metáforas, como o ser humano depende de lideranças em suas vidas, mesmo quando ela é duvidosa. Um soco no estômago.

3. Embriagado de Amor

Muitos não gostam deste filme e dizem que é pretensioso demais. Acho que isso muito pelo fato do ator principal ser Adam Sandler, o comediante que todos críticos amam odiar. Mas a história é ótima: embora seja suscetível a ataques violentos, o empresário Barry Egan (Sandler) é um homem tímido que leva uma vida solitária e tranquila, sem viver grandes emoções. No entanto, vários eventos ocorrem e mudam sua vida, como apaixonar-se por uma colega de trabalho da sua irmã, Lena Leonard (Emily Watson, ótima). No entanto, todo o seu conto de fadas com Lena é ameaçado quando Egan é vítima de um estranho chantagista.

Adam Sandler está bem e mostra que consegue fazer papéis dramáticos e mais sérios -- como foi comprovado, mais recentemente, com o longa-metragem Os Meyerowitz. Emily Watson também está ótima no papel. Porém, o que brilha aqui é o roteiro de Paul Thomas Anderson. Cheio de momentos estranhos, como é esperado de seus personagens e de sua história, Embriagado de Amor insere o espectador numa história real e que mostra como as pessoas sempre buscam por contato e por afeição -- mesmo que seja por meio de uma promoção de pudins. É intenso, é divertido, é surpreendente. Merece a terceira colocação no ranking.

2. Magnólia

Big Earl (Jason Robards) é um produtor de TV à beira da morte que deseja reencontrar o filho. Phill (Phillip Seymour Hoffman) é seu dedicado enfermeiro e Linda (Juliane Moore), sua jovem esposa. Frank (Tom Cruise), um célebre guru machista, é o filho procurado. Jimmy Gator (Philip Baker Hall) é o apresentador de um programa de TV que também está com câncer e procurando se entender com a filha (Melora Walters), cocainomaníaca. Stanley (Jeremy Blackman) é um garoto-prodígio manipulado pelo pai oportunista. O ponto comum entre essa gente? Todos vivem num bairro de Los Angeles cortado por uma rua chamada Magnólia.

Aqui, mais uma vez, tudo está em sintonia: desde as atuações precisas de Robards, passando por Phillip Seymour Hoffman e até Tom Cruise, que faz um tipo estranho e explosivo; até a direção de arte, que não mede esforços para criar uma atmosfera típica dos filmes de PTA. No entanto, o grande destaque a sinergia entre roteiro e direção: enquanto a história impressiona pela quantidade de detalhes e pela grandiosa metáfora que a permeia, a direção de Paul Thomas Anderson não mede esforços para tornar o longa ainda mais genial, com delicadas dicas visuais para que o espectador consiga compreender o filme no todo. É impressionante.

1. Sangue Negro

Arrisco dizer que Sangue Negro não é apenas um dos melhores filmes de Paul Thomas Anderson, como também se consolidou como um dos melhores filmes da história do cinema -- sendo injustamente esnobado no Oscar daquele ano. No centro da trama, Daniel Plainview (Daniel Day-Lewis) e seu filho são caçadores de petróleo, que perfuram poços na Califórnia no início do século XX. Eles são desafiados por um jovem pastor, Eli Sunday (Paul Dano), cuja ambição pessoal é confrontada por Plainview. A luta entre os dois é o centro dessa conflitante, trágica e histórica jornada ao abismo da loucura causada pela corrupção, fraude e petróleo.

Aqui, não há nada de errado, não há excessos, não há nada fora do lugar. A direção e o roteiro de PTA são uma aula de cinema, mostrando que o correto desenvolvimento de personagens pode ser a alma de um filme. E Daniel Day-Lewis e Paul Dano dão um show à parte: Daniel mostra uma força no olhar que poucos atores consegue criar, dando ainda mais vida ao personagem; Paul, enquanto isso, faz um tipo que beira a maluquice e que não tarda em mostrar como é um ator subaproveitado. Filmaço que acerta em todos sentidos, merece o primeiro lugar.

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