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Foto do escritorMatheus Mans

Resenha: 'Minha História de Amor' faz mergulho na vida de Tina Turner


Difícil existir alguém, com mais de 20 anos, que nunca tenha escutado alguma música de Tina Turner. A cantora americana imortalizou algumas canções que já fazem parte da memória coletiva popular, como The Best, Proud Mary e Private Dancer, além de ter perpetuado sua figura pela cultura pop. No entanto, a vida de Tina vai muito além de sua voz forte e marcante. Há muita luta, sofrimento, vitórias, voltas por cima. É nisso, e em muito mais, que foca a autobiografia Minha História de Amor, publicada pela BestSeller.

Narrado em primeira pessoa, o livro se aprofunda em detalhes na vida de Tina Turner. E quando falamos em detalhes, são muitos mesmo. Tina vai de pequenos pormenores vivenciados, como o vestido que usou em tal ocasião ou a joia que estava usando quando tirou alguma foto em específico, até momentos de real impacto, como o rim que foi doado por seu então marido e as agressões físicas e verbais que sofria de Ike, seu ex-parceiro de palco e ex-marido. Relatos fortes, contundentes e muito surpreendentes.

Afinal, hoje Tina mora na Suíça e está aposentada há alguns anos. Quase não aparece mais em público. Esse livro, lançado alguns anos após um filme sobre a vida da estrela e um musical da Broadway, ajuda os fãs a cobrirem esse gap e entrarem ainda mais na vida de Tina. É interessante, também, como o relato é extremamente emocional. Os dois escritores que transcreveram as histórias da cantora para o papel conseguiram fazer o mais difícil: trazer a emoção da voz para as palavras. Feito raro e que ajuda na leitura.

No entanto, como dito, há muitos, muitos detalhes. E esses pormenores citados, como as roupas, as joias e os carros, poderiam ser trocados por mais histórias saborosas dos bastidores. A história da música The Best, um clássico absoluto e que ainda toca nas rádios brasileiras, é deixada de lado. Ou, ainda, as poucas histórias compartilhadas sobre We Don't Need Another Hero. Podia ter focado mais nisso ou, ainda, ter contado mais histórias do relacionamento com os Stones, com Bowie. Teria agradado mais.

Ainda assim, no geral, o livro agrada. É uma viagem pela boa música pop, descobrindo detalhes interessantes da criação de músicas ou de seus conturbados relacionamentos. Difícil virar a última página e não ter vontade de sair cantando The Best, Proud Mary ou, ainda, de sentir ódio do que Ike fez com Tina -- sendo que ele tinha tudo na mão para construir uma carreira interessante para os dois. É, enfim, um livro que vai além da história de uma única cantora. Acaba entrando na própria história da música em si.

 

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