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  • Amilton Pinheiro *

Rod Hanna faz dois shows no Theatro Net, em SP, para celebrar Era Disco


No Brasil em que tudo vira motivo para polarização, o grupo Rod Hanna, formado em 1994 pelo casal Rod e Hanna, consegue unir todos os polos antagônicos, inclusive os da política. Quem já assistiu a um show desse talentoso e animado grupo sabe que não há espaço para brigas e opiniões divergentes. A única permissão é “soltar suas feras e cair na gandaia”, como bem nos lembra As Frenéticas num trecho da música Dancin' Days.

Rod Hanna leva para o Theatro Net, nos dias 05 e 06, um tributo a Era Disco com o revival In Concert. “São os clássicos da Disco tocados com banda e orquestra, como era feito nos anos 1970", explica Rod por e-mail para Esquina. "Os maiores clássicos da Disco eram gravados com orquestra, procuramos uma sonoridade similar”. No repertório, grandes clássicos de Gloria Gaynor, Donna Summer, Bee Gees e os atuais: Bruno Mars, Daft Punk e Justin Timberlake. E artistas brasileiros, como As Frenéticas, e um número especial: Tim Maia Disco Club.

Rod diz que, ao longo dessas mais de duas décadas de carreira, não foi nada fácil continuar na estrada. Muitas vezes o lado financeiro pesou, mas eles sempre foram persistentes e por isso seguiram em frente.

Quando começaram a fazer shows, eles atravessaram a transição entre o vinil e o CD. Rod lembra que muitos artistas da Era Disco não foram lançados em CD naqueles primeiros anos de mudança de formato. “Muita gente veio conhecer Earth, Wind and Fire, Gloria Gaynor e Donna Summer através de nós. Hoje continuamos sendo esse elo entre a Disco e as novas gerações que acabam se interessando e vão procurar na internet os clássicos da Disco”.

Hoje, eles vivem o bom momento na carreira, com uma parceria com David Cochrane, do grupo Commodores; as boas notícias do retorno do grupo ABBA, que anunciaram que vão lançar duas músicas inéditas e com possibilidade de uma turnê; e o musical sobre As Frenéticas, que está em cartaz no Rio de Janeiro. Segue os principais trechos da entrevista com Rod.

 

Esquina da Cultura: O que move o Rod Hanna na divulgação e preservação da Era Disco?

Rod: A banda começou como uma das primeiras a fazer esse revival nos anos 1990. O movimento político e moralista Disco Sucks abafou a Disco no começo dos anos 1980. Por isso, quando ela voltou com a House Music nos anos 1990, foi o maior revival de época de todos os tempos. Tivemos que fazer uma pesquisa pra saber quais eram os figurinos dos anos 70, ninguém sabia direito.

Esquina: Grande parte dos cantores da Disco morreu. De que maneira isso afeta a continuidade do trabalho de vocês em relação a esses cantores?

Rod: Quando começamos também havia uma ruptura, pois as pessoas trocaram o toca-disco de Vinil por CD, mas a maioria dos títulos da Disco não havia sido lançada em CD. Muita gente veio conhecer Earth, Wind and Fire, Gloria Gaynor e Donna Summer através de nós. Hoje continuamos sendo esse elo entre a Disco e as novas gerações que acabam se interessando e vão procurar na internet os clássicos da Disco.

Esquina: Há alguns dias o grupo ABBA divulgou nas redes sociais que vão se juntar para gravar duas inéditas, e possivelmente poderá fazer uma turnê em 2019. Vocês têm um show em cima do grupo ABBA. De que maneira isso afetará o revival da Era Disco, já que o ABBA é um dos principais grupos do movimento? Qual a importância do ABBA para vocês?

Rod: O ABBA talvez seja a nossa maior influência. Eles não são americanos, são casais e o nome deles é formado por suas iniciais. Eu e a Hanna somos casados há 30 anos. No nosso show temos um número em homenagem ao ABBA que chega a ser o ponto alto do show pra muitos, com [as músicas] I Have a Dream, The Winner Takes It All, Gimme, Gimme, Mamma Mia e Dancing Queen. A Hanna conta que cantava as músicas do ABBA aos seis anos junto com sua mãe que era professora de inglês.

Esquina: Fale um pouco desse espetáculo Rod Hanna in Concert. Quantos formatos de shows vocês têm atualmente?

Rod: Hoje temos o show original que chamamos de Back to Disco onde fazemos também outros flash backs anos 1970, 1980 e 1990, mais pra baladas e festas. O Show On Broadway. E o Disco in Concert, que são os clássicos da Disco tocados com banda e orquestra, como era feito nos anos 1970. Os maiores clássicos da Disco eram gravados com orquestra, procuramos uma sonoridade similar.Temos um número de 15 minutos, o Disco Evolution, e nele contamos a história da Disco desde Donna Summer até essa Nu Disco e Nu Funk de Daft Punk, Bruno Mars e Justin Timberlake.

Esquina: Quais são os maiores percalços que vocês enfrentam para dar continuidade a uma carreira que se iniciou em 1994?

R: O financeiro, com certeza (risos). Não é fácil ser músico no Brasil, mas fomos persistentes. E só em 1999, quando aparecemos numa matéria no Fantástico, tínhamos video Clipe na MTV, CD lançando pela Lua Music, a coisa começou a melhorar.

Esquina: Recentemente foi montada um musical em cima das Frenéticas e da boate Dancin`Days no Rio de Janeiro. Vocês já participaram do DVD delas em 2005. Tem alguma possibilidade de vocês fazerem uma participação especial nesse musical?

R: As Frenéticas participaram da gravação do nosso DVD em 2004, que foi lançado em 2005. É o principal registro ao vivo delas. Fizemos um show pra 10 mil pessoas, elas confessaram que nunca tinham feito show pra um público tão grande. Fizemos vários outros shows juntos e uma grande amizade. A Lidoka [uma das integrantes do grupo] ficou hospedada em nossa casa, na época que fazia tratamento contra o câncer em Barretos. Não recebemos nenhum convite pra participar do musical, mas seria uma honra, elas são as principais representantes da Disco nos anos 1970 do Brasil e a [música] Dancing Days não pode faltar nos nossos shows.

Esquina: Na opinião de vocês, por que os anos 1970 e 1980 permanecem no imaginário das pessoas que viveram aquelas épocas?

R: Esses anos foram o auge tecnológico da era analógica, tudo era diferente, desde os eletrodomésticos, que era consertados quando quebravam, assim como as relações que eram mais duradouras.

Esquina: Fale um pouco da carreira internacional do Rod Hanna. Alguma novidades em relação a ela?

R: Nós estamos com uma parceria com [um integrante] do Commodores, David Cochrane, que começou na nossa Turnê com o A Taste of Honey do sucesso Boogie Oogie Oogie. David veio como guitarrista e se apaixonou pela nossa banda e nos chamou pra gravar com ele. David acredita que podemos ter uma carreira nos Estados Unidos. Temos duas músicas lançadas em parceria. To Have You Again e Let's Go Crazy. No segundo semestre lançaremos New Old Love de minha autoria e do David. Tudo com cara de retrô setentista e oitentista.

Esquina: Qual o artista da Era Disco que vocês ainda não cantaram, mas que pretendem?

R: Philip Bailye e Lionel Richie já estão próximos, pois são amigos do David.

Esquina: Quais as próximas novidades do Rod Hanna?

R: Estamos com um programa se internet que se chama Coisas de Casal, onde falamos de relacionamento, casamento, filhos e muita música. Já entrevistamos o Kiko Zambianchi e o maior fisiculturista do mundo e cantor, Fernando Sardinha. Fizemos um especial mostrando os bastidores da nossa participação no Domingão do Faustão. Muito legal!

SERVIÇO:

Rod Hanna Disco in Concert

Theatro NET São Paulo – Shopping Vila Olímpia, 5º andar - Rua Olimpíadas, 360.

Datas: 5 e 6 de maio. Horários: 5/5 – (Sábado) – 21h / 6/5 (Domingo) – 19h30

Preços: R$: 75 a R$: 210

 

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