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  • Foto do escritorMatheus Mans

3 motivos para ler 'Francisco de Assis', de Hermann Hesse


1. Hermann Hesse transforma religião em literatura

Geralmente, textos religiosos são repletos de floreios e particularidades que o distanciam do público em geral. Afinal, para intensificar o papel e a história de santos, mitos e lendas, autores colocam a carga máxima de "alta literatura" -- com todas as aspas possíveis ao redor desse termo. Hermann Hesse não. Ainda que seu texto seja rico, Francisco de Assis parece o perfil de um homem. Texto limpo, direto, seco.

Obviamente, isso não significa que seja um texto pobre. Pelo contrário: Hesse se vale dos meandros particulares e desconhecidos da história de São Francisco de Assis para construir uma jornada de altos e baixos, clímax e tons poderosos. A vida do santo, padroeiro dos animais, ganha status de literatura. Esqueça tudo que já leu sobre vida de santos e religião antes. Hesse tem pedigree de grandes autores. E apresenta isso aqui.

2. Livro que transcende interesses

Dessa maneira, fica evidente que Francisco de Assis não é um texto que serve apenas para religiosos, católicos e coisas do tipo. Há interesse na jornada de São Francisco de Assis, que ganha ares mitológicos e extraordinários. E determinado momento, fica até o sabor de uma jornada do herói tradicional -- Francesco, como era seu nome, procura outros prazeres antes de encontrara, enfim, a felicidade na pobreza e na castidade.

3. A nova edição da obra traz aspectos saborosos

A edição que ilustra a foto desta lista é uma novidade do Grupo Editorial Record, que está reeditando a obra de 1904. E há acréscimos interessantes na publicação. Afrescos de Giotto dão uma outra dimensão à obra espiritual de São Francisco de Assis. Ainda mais sendo um compilado em cores, que dá um diferencial a mais pro livro. É, enfim, um bom complemento ao que Hermann Hesse conta em suas próprias palavras e religião.

Além disso, cerca de 40 das 128 páginas de Francisco de Assis são dedicadas a um ensaio de Fritz Wagner sobre a obra em si e sobre a relação do autor, vencedor do Nobel, com o santo católico. É interessante, também, notar os paralelos invisíveis, não ditos, sobre o santo com o atual Papa Francisco. Assim, fica evidente como esta reedição não é à toa. São Francisco de Assis continua entre nós. E cada vez mais necessário.

 

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