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  • Foto do escritorMatheus Mans

5 filmes para conhecer o diretor François Ozon


François Ozon é um dos diretores mais corajosos da atualidade. Fala sobre sexo sem amarras (Jovem e Bela, Amante Duplo), pedofilia na Igreja (Graças a Deus), relacionamentos e memória (Frantz) e por aí vai. É uma carreira extremamente prolífica, com vinte longas no currículo, além de um grande número de curtas ficcionais e documentais. Assim, o Esquina fez uma lista com 5 filmes essenciais para conhecer a carreira de Ozon, já considerando as suas diferentes faces de seu cinema autoral.

Dentro da Casa (2012)

Este, talvez, seja o filme mais conhecido do cineasta. Afinal, Dentro da Casa é excelente e possui uma premissa genial. Nela, um rapaz de 16 anos consegue entrar na casa de um colega da sua aula de literatura e resolve escrever sobre o fato no seu trabalho de francês. Animado com o dom natural do aluno e o progresso do seu trabalho, o professor volta a apreciar a função de educador dos jovens. Entretanto, a invasão do aluno vai desencadear uma série de eventos incontroláveis -- e que acabam por trazer as marcas registradas de Ozon. É forte, bonito, surpreendente e um marco do cineasta.

Jovem e Bela (2013)

Durante uma viagem de verão com a família, a jovem Isabelle (Marine Vacth) vive a sua primeira experiência sexual. Ao voltar para casa, ela divide o seu tempo entre a escola e o novo trabalho, como prostituta de luxo. Assim, a adolescente explora a sua sexualidade e logo começa a ganhar dinheiro com os seus clientes, mas um incidente irá fazer com que a sua mãe, Sylvie (Géraldine Pailhas), descubra as suas atividades secretas. Ao longo das quatro estações do ano, Isabelle irá viver diversas experiências, passando por altos e baixos. Ainda que o filme não tenha a narrativa mais inteligente do cinema de Ozon, é a que traz mais questionamentos. A boa direção, acentuada pela edição esperta, elevam o filme dentre as produções de Ozon. Além disso, é o mais sexual e sensual de suas produções -- e olha que temos o forte Amante Duplo no páreo.

8 Mulheres (2002)

Uma socialite (Catherine Deneuve) foi para sua casa de campo para passar o Natal com seu marido (Dominique Lamure), sua mãe (Danielle Darrieux), sua irmã (Isabelle Huppert) e suas filhas. Mas após a chegada da nova camareira, a protagonista encontra Marcel com uma faca cravada nas costas. Todas têm motivos para querer sua morte, inclusive uma cozinheira que está na casa há bastante tempo. Elas não podem chamar a polícia, pois os fios do telefone foram cortados, e algo fez o mesmo com os fios do carro, para impedir que partissem. Essa mulheres, então, se vêem forçadas a se confrontar, com ressentimentos e verdades vindo à tona enquanto tentam elucidar o que está acontecendo. Melhor suspense de Ozon, que traz pinceladas de Alfred Hitchcock e Agatha Christie. E tudo isso sem perder a sua identidade. Filmão, que vai surpreender.

Swimming Pool - À Beira da Piscina (2003)

Sarah Morton (Charlotte Rampling) é uma escritora inglesa cujos romances policiais conciliam sucesso de vendas e prestígio junto a crítica. A convite de seu editor, ela viaja para a casa de campo dele, onde supostamente vai encontrar a tranquilidade necessária para escrever seu mais novo livro. Mas a paz de Sarah é interrompida com a chegada de Julie (Ludivine Sagnier), a filha do editor, uma adolescente linda e cheia de vida por quem a escritora sentirá uma grande e estranha atração. Com emulações do cinema de Brian de Palma, Swimming Pool lembra Dentro da Casa pela construção de personagens e ambientação. Mas o desenrolar da trama, magistralmente escrita pela cineasta, mostra como ele consegue se desafiar em seus próprios textos e filmes.

Graças a Deus (2019)

Filme mais recente de Ozon, quando esta lista foi publicada, e o mais corajoso em termos narrativos. Afinal, ele pega o caso real de um padre que abusou de centenas de crianças na França para mostrar, por meio de uma trama bem dirigida, longa e complexa, os efeitos que esse tipo de abuso pode causar na mente e nas relações dessas pessoas. Fugindo de clichês, o diretor francês acerta ao ir além de uma trama qualquer de investigação. Ele desconstrói ideias pré-concebidas e cria um trio de protagonistas forte e que deve fazer com que muitas pessoas por aí se identifiquem. É cinema puro, bem feito, e que mostra o controle de Ozon sobre uma trama ramificada.

 
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