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  • Foto do escritorMatheus Mans

5 livros infantis brasileiros sobre alfabeto, culinária e até luto


Pode parecer simples, mas a arte de escrever livros para crianças é delicada. Qualquer pequeno deslize pode fazer com que o texto não se torne mais apropriado e deixe de fazer sentido para os pequenos -- como falamos recentemente, aqui no Esquina, de uma obra que nos decepcionou. Encontrar um bom livro infantil é encontrar um mundo novo de possibilidades.


Por isso, a seguir, listamos cinco obras da Editora do Brasil que nos surpreenderam. Cada uma para uma faixa etária, mas sempre com o mais importante: misturando ensino com diversão.


A Lesma e a Linha


Essa é a obra mais simples em termos narrativos, mas a mais bonitinha. Até mesmo por isso, acreditamos que é a mais indicada para os bem pequenos. Aqueles de quatro ou cinco anos, que estão começando a ler. Aqui, afinal, a autora Bia Villela brinca com o rastro de gosma que a lesma deixa para falar sobre linhas, desenhos, formas geográficas e até mesmo do alfabeto.

As ilustrações, da própria Bia Villela, dão um ar cartunesco delicioso para a história que está sendo contada. Não há, aqui, grandes mensagens. Nada muito aprofundado. No entanto, ideal para os pequenos começarem a explorar mais as formas, os desenhos e, é claro, os bichos. Não é à toa que a autora, no final das contas, é formada em veterinária. Livro simples, mas gostoso.


Vovó Diz Cada Coisa...


Uma das coisas mais bonitas no processo de alfabetização das crianças é quando elas começam a descobrir as palavras, as possibilidades vocais e, é claro, as expressões. No caso do livro Vovó Diz Cada Coisa, escrito por Mailza de Fátima Barbosa, o pequeno leitor é convidado a entrar no mundo das gírias e das expressões mais antigas, como as nossas avós e pais dizem.

"Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura", "quem não tem cão, caça com gato" e "filho de peixe, peixinho é" são algumas das expressões apresentadas aqui. Com ilustrações simples, mas que complementam bem a leitura, Vovó Diz Cada Coisa é uma obra no ponto para uma criança que já lê e, agora, quer começar a desbravar um pouco mais a língua portuguesa.


Patavina


Agora indo um pouco além, para crianças com sete ou oito anos, Patavina é um livro delicioso para aqueles pequenos que já gostam de sentir o ritmo das palavras e, também, querem algum tipo de interação. Afinal, aqui, a autora Penélope Martins brinca com rimas e um ritmo de poesia para falar sobre uma espécie de "feiticeira de doces". Tudo em prol de seus sete gatinhos.

As palavras são um pouco mais difíceis, há um pouco mais de desafios no mergulho aos significados do texto e de cada pequeno acontecimento. No entanto, é um deleite quando as coisas vão se encaixando -- ainda mais com as lindas ilustrações de Rosinha, que beiram o abstrato. Tudo isso, ainda, com uma deliciosa sugestão de receita lá nas últimas páginas.


Ana e os palíndromos


Palíndromo é o termo usado para designar palavras que podem ser lidas, com o mesmo efeito e significado, de trás pra frente. Ovo, Ana e arara são alguns exemplos mais simples. E temos também algumas frases mais complexas, como a conhecida "Socorram-me, subi no ônibus em Marrocos". E são essas expressões que são exploradas e usadas em Ana e os Palíndromos.

Escrito e ilustrado por Fernando Vilela, o livro conta com uma narrativa quase abstrata para servir totalmente aos palíndromos. O leitor, afinal, é convidado é mergulhar e conhecer ainda mais esse tipo de palavra, com todas as suas possibilidades. Assim como em Patavina, é uma obra que encaixa perfeitamente nas leituras dos pequenos que estão se embrenhando na língua.


Morro dos Ventos


E quem disse que precisamos apenas de livros com mensagens e ensinos sobre a língua portuguesa? O belíssimo Morro dos Ventos, de Otávio Júnior, acerta em cheio ao falar de uma maneira muito delicada, sensível e poderosa sobre violência nas favelas. Em poucas palavras, o autor consegue trazer uma boa história sobre paz, luto, perda e outras coisas mais.

Não é um livro simples de ser entendido. No entanto, é daquelas obras certeiras para que os pequenos entendam -- de maneira simples e poética -- sobre perdas, luto e violência. De novo: não é recomendado para os bem pequenos, aprendendo a ler. No entanto, lá pelos oito anos, é uma obra que deve ajudar esses pequenos leitores a entenderem mais sobre a realidade.

 
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