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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Animales Humanos' é bom terror do Amazon Prime Video


O terror de "invasão de domicílio" é um subgênero que já teve seus momentos, com filmes como O Quarto do Pânico ou Os Estranhos. No entanto, vira e mexe, surge algo de novo com o tema, como Hush, Noite de Crime, O Homem nas Trevas e por aí vai. Agora, no Amazon Prime Video, chega um exemplar mexicano -- e muito competente -- do gênero: o bom Animales Humanos.


Dirigido por Lex Ortega, o longa-metragem segue a cartilha desse tipo de história: um atrito no início com algum personagem não tão conhecido, uma intensificação desse conflito e, enfim, a surpresa que surge com a invasão e uma consequente violência. Aqui, mais especificamente, é a relação de dois casais de vizinhos que se deteriora rapidamente, caindo logo para a violência.


Como? Os pais de uma garotinha se incomodam com a agressividade do cachorro dos vizinhos. Acham que é um risco. Até que, em um momento de confusão, a menina é a atacada. É a deixa para o pai acionar contatos e pedir a interdição do animal. No entanto, a coisa vai além e os tais contatos sacrificam o cachorro. É aí que começa uma história de vingança dos donos/vizinhos.


Ortega, como já vimos em trabalhos como México Bárbaro e Atroz, pisa no acelerador no quesito violência -- ainda que não seja tão gore como o esperado. Coloca a tensão acima de tudo e, quando precisa, choca. A cena envolvendo Jagger, o cachorro dos vizinhos, é perturbadora e bem coreografada. Pena que o diretor perca a mão em cenas mais intensas, com uma edição caótica.


Além disso, há uma cutucada no roteiro que funciona, mas com problemas. Nessa história, Ortega fala claramente sobre a preferência de muitas pessoas pelos seus animais de estimação no lugar de cachorros. O cineasta condena essa sociedade doente, machucada. Mas é didático demais em sua posição, com um roteiro que em momento algum alivia o didatismo exagerado.


Outro problema do roteiro, escrito por Adrian Garcia Bogliano, Miguel García Moreno e Carlos Meléndez, é a falta de ritmo. Começa bem, mas logo toma algumas decisões mal encaixadas. É estranho. Pelo menos o final funciona, numa cena chocante e que apenas reforça essa falta de delicadeza da mensagem do filme. É bom, é tenso, é moderno. Mas poderia ser muito melhor.

 

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